Texto para memorização:
“O
Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua
aliança”.(1)
Certa vez, Jesus, citando o salmo 8, disse:
“dos lábios das crianças e dos
recém-nascidos suscitaste louvor”.(2) Ele
estava ensinando que o que nos torna adoradores não é a posição que ocupamos,
seja religiosa ou de qualquer outra ordem, mas a reação que temos
diante da verdade, ou seja, é o estado de quebrantamento do coração,
a dependência de Deus, a amizade confiante na provisão do Pai que nos conduz
inequivocamente a uma vida de adoração.
Quando o menino Jesus foi apresentado
no templo, nem os sacerdotes e levitas que oficiavam o rito o reconheceram.
Somente duas das pessoas ali presentes o reconheceram como Cristo, Simeão e
Ana, e como consequência disso adoraram ao Deus encarnado. Esse processo de
reconhecimento de quem Jesus é, estava se desenvolvendo no íntimo da mulher
samaritana. Interessante que embora Jesus tenha ensinado indiretamente como o
Pai deveria ser adorado, é nesse encontro ao lado do poço de Jacó que Jesus
ensina aberta e diretamente sobre adoração e quem são os adoradores que o Pai
procura.
Após atrair a atenção da mulher que
buscava apenas resolver seu problema mais imediato, a água do poço, Jesus agora
a instiga como outra pergunta: “Vá,
chame o seu marido e volte”.(3) Então
ela responde: “Não tenho marido”. Ao que Jesus responde: “É verdade, você já teve cinco, e o homem com
quem agora você vive não é seu marido”. “Vejo que és profeta”(4), responde ela.
Esse momento da conversa revela um
segundo estágio do nosso relacionamento com Deus, quando saímos da percepção
iniciante de que achamos um deus-resolvedor-de-problemas, um sábio
mestre, para uma percepção maior, de que estamos diante de alguém que conhece
os segredos do nosso coração.
Quando a samaritana se abre à verdade
e confessa sua triste realidade afetiva, ela sobe um degrau na percepção de
Deus e do significado da adoração, porque a adoração acontece quando nos
abrimos à verdade. Ela seguia as tradições da religião, mas continuava com a
alma sedenta, porém, instada por Jesus, ela começa a perceber que está não
apenas diante de um sábio, mas também de um profeta que conhece o seu íntimo.
Então Jesus começa a explicar que a
verdadeira adoração nasce do interior do ser e salta de dentro para fora como
um rio que conduz à vida eterna, indicando que é algo que começa agora mas
nunca termina e invade todas as dimensões da existência.
Isso leva a uma mudança de tom da
conversa. Ela que estava interessada apenas em seus problemas de ordem material,
agora quer saber sobre algo espiritual muito mais elevado: “Onde é que se deve adorar?” (5)
Quando crescemos no relacionamento
com Deus e nos aprofundamos na adoração, as nossas perguntas e questões sobre a
vida mudam, como aconteceu com a samaritana. Somos atraídos por Deus para um
relacionamento cada vez mais íntimo, onde quanto mais profunda é a nossa busca,
mas Deus se nos revela em profundidade.
A mulher samaritana começa a perceber
que está diante de alguém muito maior do que ela imaginava e de que suas
tradições ensinavam. Ela está não apenas diante de um mestre, mas também diante
de um profeta. Ela está não apenas diante de alguém que pode resolver questões
materiais, mas alguém que pode lhe ensinar sobre tesouros espirituais!
E você? Qual é a sua percepção de
Deus? Ela tem crescido no sentido de uma adoração mais profunda?
© Emanoel Florêncio Mannô
(1) Sl
25.14 (2) Mt 21.14 (3) Jo
4.16 (4) Jo
4.17-19 (5) Jo 4.20
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Oração
Querido
Deus, obrigado por nos atrair cada vez mais para um relacionamento de
intimidade contigo. Sei que somente diante de Ti eu posso vivenciar um estado
de quebrantamento de coração e ser realmente dependente do Senhor, o que me
leva a uma amizade confiante na sua provisão. Ajude-me a ter uma vida de
adoração legitima. Ensina-me a ampliar minha busca para o que o Senhor pode me
revelar no que se refere ao seu reino e não apenas ficar centrado em resolver
minhas questões materiais. Peço no nome do teu Filho, Jesus Cristo. Amém.
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