Texto para memorização:
“Melhor é um dia nos teus átrios do
que mil noutro lugar.” (1)
O
capítulo 20 do livro do Êxodo começa com as seguintes palavras: “Eu sou o Senhor
te Deus...não terá outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum
ídolo...não tomará em vão nome do Senhor, o teu Deus”. Sendo
conhecedor do pendor do coração humano para o mal, é sintomático que Deus tenha
iniciado os dez mandamentos proibindo qualquer forma de idolatria, mesmo as
mais sutis.
O
Deus da Bíblia não somente exige adoração, mas também define como deve ser
adorado: em espírito e em verdade. Os amigos de Deus sabem que só
podem se relacionar com Ele sendo amantes da verdade e conscientes da
prevalência da realidade espiritual sobre qualquer outra realidade.
Foi
justamente a não observação desse binômio, espírito-verdade,
que determinou o fracasso de Adão, do mesmo modo que sua integral observação
determinou a vitória de Jesus, quando ambos foram provados. Jesus venceu no
inóspito deserto, enquanto Adão fracassou no aprazível paraíso. Jesus se
submete; Adão se insurge! Eis a diferença.
Quando
tentado diante das pulsões do corpo a
comer do fruto proibido, Adão capitula; quando tentado diante das mesmas
pulsões, Jesus responde: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus.” (2) Adão tinha fome de tudo; Jesus tinha fome de fazer
a vontade de Deus e não cedeu a tentação de satisfazer suas necessidades
físicas usando seu poder espiritual!
Quando
tentado diante das pulsões da alma de
ser reconhecido “como Deus”, Adão cede; quando tentado diante das mesmas
pulsões, Jesus responde: “Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus”. Adão
tinha fome de reconhecimento e fama; Jesus recusou-se a exibir suas habilidades
espirituais como exigência da fama.
Quando
tentado diante das pulsões do espírito de ter poder e ser como Deus, Adão cai
no encantamento; quando tentado diante das mesmas pulsões, Jesus responde: “Adore o Senhor,
o seu Deus, e só a ele preste culto”. Adão tinha fome de poder para
ser adorado; Jesus recusou-se a ganhar poder em troca de adoração.
Adão
era humano, mas cedeu a tentação de querer tornar-se igual a Deus. O resultado
foi trágico! Aquele que nascera para viver no paraíso, é expulso para viver nas
cidades-deserto.
Jesus
era divino, mas “embora
sendo Deus não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia
apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se
semelhante aos homens.” (3) Aquele que fora provado e aprovado no deserto, é
recebido de volta ao paraíso, mas agora com as honras de Rei dos reis e Senhor
dos senhores!
A
sutileza com que o maligno enganou Adão está muito presente em nossos dias: a
tentação de fazer um “deus” à nossa imagem e semelhança, em vez de sermos à
imagem e semelhança de Deus.
Não
devemos nos esquecer que Deus reprova toda e qualquer tipo de idolatria, mesmo
aquelas que carregam a sutileza do “deus da serpente”, sob pena de
fracassarmos, mesmo no paraíso, quando Deus nos promete a vitória, ainda que
seja no deserto.
© Emanoel Florêncio Mannô
(1) Sl
84.10 (2) Mt 4.4 (3) Fp 2.6
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Oração
Querido
Deus, muito obrigado pelo maior exemplo de vida que temos; o próprio Jesus Cristo.
Muitas vezes somos tentados pelos desejos do nosso corpo, pelos pensamentos
estranhos e pelo inimigo de nossas almas. Não só somos tentados como muitas
vezes cedemos e optamos por fazer aquilo que é contrário a sua vontade.
Ajude-nos agir como Jesus, que mesmo sendo tentado não cedeu as vontades do
corpo humano e os caprichos do nosso inimigo, sobretudo, recusou ganhar poder
em troca de adoração. Livra-nos de criarmos um “deus” a nossa maneira, pelo
contrário, que possamos adorá-lo como seres humanos que foram criados a sua
imagem e semelhança. Pedimos no nome do teu filho, Jesus Cristo. Amém.
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