quinta-feira, 23 de julho de 2015

Devocional#32 - AS ESFERAS DO TESTEMUNHO


A grande preocupação e dinâmica da igreja primitiva era contar as boas novas acerca de Jesus e da ressurreição e dar testemunho do que haviam visto, ouvido e experimentado. ¹  Howard Snyder

 
Como podemos evangelizar as pessoas sendo que elas e também nós vivemos uma rotina avassaladora na cidade? Quais são as características bíblicas de um evangelismo significativo para o ambiente urbano? Ambas as perguntas são feitas no imaginário de um grupo de cristãos que vivem nas grandes metrópoles. A realidade da rotina de atividades tem sido um dos motivos para que alguns não consigam assumir sua parte na “missão de anunciar”. Quando é possível algum espaço na agenda atarefada, a questão que faz com que não haja envolvimento com o anúncio do evangelho é porque acreditam que não conheçam os métodos, não sabem como evangelizar as pessoas.

As duas razões revelam o quanto os cristãos não foram constantemente lembrados que fazem parte de um povo que vive em missão, por fazer parte do povo de Deus. Sabemos através da narrativa bíblica que Deus está em missão e que convoca seu povo a também viver dessa forma diante do mundo. Precisamos nos lembrar que através do contexto do antigo testamento sabemos que Deus havia escolhido uma nação para que seu filho Jesus surgisse entre os homens - escolheu a nação de Israel. Mas sabemos também que a maior parte deles não o aceitaram, não o divulgaram às outras nações, como também o crucificaram em um madeiro - a mais humilhante das mortes.

A responsabilidade de anunciar o próprio Cristo ao mundo - através de sua mensagem -  passa então para a Igreja que Jesus inaugura com os apóstolos. O povo de Deus não é uma nação específica, um continente ou um grupo em determinada região do planeta, pelo contrário, onde houver pessoas que confessam seus pecados arrependidos, e, sobretudo, reconheçam o senhorio de Cristo sobre sua própria vida, ali há parte da Igreja, portanto, parte do povo de Deus. Esses também têm diante de si o chamado para sinalizarem o reino de Jesus a todas as pessoas.

Para responder aos questionamentos iniciais, precisamos no lembrar antes que a missão foi entregue nas mãos de todos aqueles que confessaram Jesus como o Senhor de suas vidas. Se alguém assim o fez, seja onde for, tem o privilégio e responsabilidade de viver em missão no mundo. Portanto, o chamado de participar daquilo que Deus está fazendo no mundo é um privilégio para todos os cristãos. Mas como podemos cumprir com a missão de anunciar?

 Quando olhamos para os textos bíblicos, principalmente no novo testamento, parece existir algumas esferas do testemunho cristão. A primeira que precisamos ter em mente é o próprio anúncio verbal do evangelho, ou seja, aquelas oportunidades que nos surgem nas quais podemos compartilhar uma história pessoal, algumas reflexões sobre fé e a vida, anunciando o evangelho de Cristo e chamamos as pessoas ao arrependimento e o reconhecimento do senhorio de Jesus sobre sua vida. Embora a esfera do anúncio verbal seja a principal, ela não é a única forma de sinalizarmos o reino de Deus na cidade.

A segunda esfera pela qual podemos sinalizar os valores e o reino de Jesus é através de nossa vida testemunhal. Não há dúvida que o nosso exemplo de vida é a primeira coisa que as pessoas observam, tudo o que fazemos deve estar constantemente afirmando as palavras de nossa boca.

A terceira esfera é o serviço cristão e o amor a todos os necessitados. Não são poucas as pessoas que se abriram para ouvir e creram em Jesus a partir de um ato de serviço e amor que receberam quando já não tinham mais opções e nem esperança. Percebiam o próprio Deus enviando alguém para o seu socorro e diante disso não poderiam deixar de reconhecer a sua bondade.

E não é verdade que somos representantes de Deus no mundo? Jesus viveu sinalizando que o reino havia chegado entre os homens e tem constantemente convocado cada cristão a participar dessa maravilhosa restauração de todas as coisas. É um privilégio participarmos da obra de Deus na restauração de sua criação.

Questões para Reflexão:
1. Qual tem sido sua maior preocupação na vida? Existe algum nível de preocupação pelas pessoas que ainda não ouviram do evangelho de Jesus na cidade? Por quê?
2. Você concorda que há muitas pessoas que fazem igual ao povo de Israel e não compartilham a mensagem de Jesus ao mundo?  Você conseguiria indicar alguma razão?
3. As suas escolhas e postura diária tem sido uma vida testemunhal na cidade? Como você tem testemunhado o evangelho do reino através do serviço e do amor às pessoas?
4. Como tem sido sua vida no que se refere a compartilhar verbalmente o evangelho?
5. Você já pensou que é uma honra participar da missão de Deus no mundo? Por quê?  
 
© Antonio Gama
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¹ Snyder, Howard. A Comunidade do Rei. São Paulo: ABU, 2004, p. 110.   
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O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto e o incentivamos a fazê-lo, desde que não altere seu formato, conteúdo e que informe os créditos de autoria. 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Devocional#31 - VIDA MISSIONAL


Se virmos as boas-novas relacionadas com a nossa vida, tanto nas importantes questões públicas como nos aspectos menos significativos da vida privada, então o evangelho não será uma intromissão desconfortável, antes será parte de nossa caminhada diária e fluirá com facilidade para a nossa boca. ¹  Michael Goheen


Que o chamado de Jesus para viver em missão no mundo é para todos aqueles que o confessam como Senhor e salvador, já sabemos. Que esse estilo de vida de sinalizar o reino de Deus em todos os ambientes da cidade também já nos ficou claro. E que somos chamados para anunciar o evangelho de Jesus em todos os lugares e tempo, é algo que estamos compreendo com mais clareza. Mas ainda nos perguntamos; como poderia ser o estilo de vida diário do discípulo de Jesus? Como seria ter e quais são as características de um estilo de vida missional na cidade?

O primeiro aspecto de uma vida missional que precisamos pensar é que todos os seres humanos, fazendo ou não, foi criado com o propósito de glorificar a Deus, ou seja, de viver em adoração constante diante de Deus. Para os discípulos de Jesus a adoração teria que ser como a necessidade de beber água, ser algo que não deixássemos de fazer um dia sequer. Todas as nossas ações seriam muito diferentes se levássemos em conta que devemos viver para a glória de Deus independente do que estejamos fazendo diariamente. Será que estamos fazendo todas as coisas com a consciência de que vivemos perante o próprio Deus?

O segundo aspecto de uma vida missional é que precisamos ter uma prática devocional significativa e relevante. Precisamos ter a narrativa, os ensinamentos e as ordenanças bíblicas como o norte para a nossa vida diária, pois, foi o livro no qual Deus escolheu para se revelar ao homem e apresenta-lo tudo aquilo que lhe seria útil para viver de forma saudável a partir dos conselhos do próprio Criador. E como a leitura e reflexão bíblica deve fazer parte da vida dos cristãos, não se pode deixar de ter aqueles momentos de alinhar o próprio coração às vontades de Deus através da oração. A leitura bíblica somado a oração demonstra para nós que não somos dependentes de nós mesmos, mas sim do nosso Deus. Estamos praticando as disciplinas espirituais de forma saudável?

O terceiro aspecto da vida missional é a postura de quem vive a partir de valores do reino de Deus e não dos valores humanos. O discípulo de Jesus faz suas escolhas diárias, tem uma postura diferente, responde aos problemas, tem um estilo de vida a partir dos valores do reino de Jesus. Precisamos nos lembrar que já vivemos dentro do reino e ao passo que ali estamos não mais somos guiados por valores humanos ou mundanos, mas pautados no estilo de vida do próprio Cristo enquanto homem. Jesus é o maior exemplo de como devemos viver diante de um mundo que escolhe constantemente os valores humanos para suas ações na cidade. Será que a nossa postura no mundo demonstra que estamos vivendo como pessoas redimidas?

O quarto aspecto da vida missional é a consciência na nossa missão de anunciar o evangelho de Jesus a todas as pessoas. Uma vez que vivemos dentro do reino de Deus por causa da fé em Cristo, temos a responsabilidade de sinalizar o caminho desse reino para que outros também tenham acesso. As pessoas de nossas cidades ouvirão sobre o evangelho de Jesus quando cada cristão tiver a consciência que a responsabilidade é de todos e não de alguns poucos vocacionados. E aqui precisamos lembrar que o anúncio de nossas bocas deve estar intimamente ligado à nossa postura diária diante das pessoas. Precisamos anunciar os valores que antes são vividos por cada um de nós. Será que a nossa postura tem sido a primeira referência de apoio daquilo que anunciamos às pessoas com a nossa boca?

 São vários as características de uma vida missional, na qual os discípulos de Jesus podem viver na cidade a ponto de serem um testemunho vivo daquilo que Deus está fazendo no mundo e cumprirem com a sua “missão de anunciar”. Jesus viveu assim e tem convocado cada cristão para uma vida que releve os valores do seu reino diante desse mundo que deseja uma forma de vida mais significativa. O que nossas cidades necessitam é serem impactadas pelo estilo de vida missional dos discípulos de Jesus!

Questões para Reflexão:
1. Você consegue perceber o evangelho de Jesus relacionado com toda a sua vida?
2. Para você o que é ter uma vida missional na cidade? Como tem vivido sua missão? 
3. Como tem sido sua vida no que se refere a viver para a glória de Deus? Você acredita que é necessário mudar alguma coisa? O que poderia fazer para viver em adoração?
4. A sua vida prática releva o seu tempo devocional? Como tem sido seu devocional diário? Você tem a prática de ler e refletir sobre textos bíblicos e orar a partir deles?
5. Você julga viver a partir dos valores do reino de Deus?  É necessário mudar algo?
6. Você tem a consciência que a missão de anunciar é de todos os cristãos? Em quais circunstâncias você tem anunciado o evangelho? Sua vida também é um testemunho?
7. Você acredita que o grande número de cristãos no Brasil faria diferença significativa se todos eles vivessem com uma vida missional nas cidades? Por quê?

© Antonio Gama
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¹ Goheen, Michael W. A Igreja Missional na Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 256.   
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terça-feira, 21 de julho de 2015

Devocional#30 - O CHAMADO DE JESUS


Discípulo não é alguém que já aprendeu, mas que está aprendendo sempre. Os “dias de escola” do cristão nunca se acabam.
R.  V. G. Tasker


Por vários anos foi ensinado que aqueles que são chamados como missionários deveriam se preparar da melhor forma possível para cumprirem com a sua vocação em algum outro contexto que haveriam de anunciar o evangelho. De fato, não há melhor maneira de um vocacionado para missões se preparar a não ser conhecer bem os textos bíblicos, ter um relacionamento pessoal e vibrante com Jesus, conhecer os costumes, características e a língua do povo a ser evangelizado. Esse deveria ser os primeiros preparativos de todos aqueles que são chamados para qualquer missão transcultural. Todos aqueles que levam a sério o seu chamado se preparam muito bem para cumpri-lo de forma saudável, não o fazer é levar pelas coxas, o que seria um erro!

A questão principal aqui é: quantos chamados para missões transculturais existem em uma igreja local? Em vista do universo dos membros de uma igreja local, quantos seriam vocacionados como missionários? E, o que deixamos passar sem muita atenção: como deveriam viver aqueles que não são chamados para serem missionários transculturais? Qual deveria ser o envolvimento de todos os outros membros da igreja local com a missão de Deus no mundo?

Parece que aqueles que não possuem uma vocação missionária não foram alvos de uma capacitação de como viver a missão de Deus no mundo, trabalhadores como: faxineiros, porteiros, cozinheiras, donas de casa, pintores, professoras, artistas, jogadores de futebol, dentistas, cantores, advogados, motoboys, médicos, dentre tantos outros. Existe um grupo melhor do que esse que poderia fazer total diferença em todas as cidades? Pessoas comuns através de suas profissões e tarefas diárias vivem em todas os ambientes urbanos, não seriam eles as melhores pessoas a serem capacitadas para viverem em missão na cidade?


E é aqui que precisamos nos lembrar da “Grande Comissão” no qual todos aqueles que são discípulos de Jesus de Nazaré deveriam “ir e fazer discípulos” de todas as cidades do mundo. Seria responsabilidade somente dos vocacionais para missões transculturais ou envolve todos os cristãos? Definitivamente esse é um chamado para todos aqueles que recebem a salvação através de Jesus e reconhecem o seu senhorio sobre a própria vida. Se reconheceu o senhorio de Jesus sobre si, não mais vive centrado em si mesmo. Não vive a partir de suas próprias vontades e desejos. Não faz mais aquilo que desejava fazer, mas vive a partir das orientações e expectativas daquele que chama de Senhor. Seus sonhos, projetos e planos são entregues nas mãos do Senhor e dono da vida!

Nos perguntamos mais uma vez: de quem é a “missão de anunciar”, seria apenas dos vocacionados ou de todos os cristãos em todas as cidades? Quando olhamos para a narrativa bíblica como um todo percebemos que Deus está em missão. Podemos perceber através da grande narrativa da Criação, Queda, Redenção e Restauração, que há um movimento de redenção em processo e é o próprio Deus que está fazendo através de seu filho Jesus Cristo. Ao passo que Deus está em missão ele convoca aqueles que já entraram no seu reino para viverem também em missão no mundo. Somos chamados a união com o nosso Rei naquilo que ele está fazendo na cidade!

Como podemos participar desse processo? Sinalizando o reino de Deus e os seus valores através do nosso estilo de vida, de nossas escolhas diárias, de nossa postura frente à cidade, de nossa espiritualidade e do anúncio público do evangelho de Cristo. Não podemos nos enganar e nem nos deixar sermos enganados; a tarefa de evangelização da cidade é de todos os cristãos. Todos somos chamados a viver em missão independentemente da vocação que nos foi dada. Não importa a profissão, somos todos comissionados para sinalizar o reino de Deus no mundo. Jesus viveu assim e nos deu um mandamento para a vida. É uma honra participar daquilo que Deus está fazendo no mundo e é uma forma de gratidão compartilhar o que nos foi feito através do redentor. Que o próprio Deus seja honrado em nossa vida diária!     

Questões para Reflexão:
1. Você está constantemente aberto ao Senhor para aprender a ser um verdadeiro discípulo? Como você se sente quando é confrontado a uma mudança, pela Palavra de Deus?
2. Você tem se preparado para cumprir melhor a missão de anunciar? Como você faz?
3. Você acredita que a evangelização é tarefa de todos os cristãos? Como lida com isso?
4. Você tem vivido como um discípulo de Jesus no seu ambiente de trabalho? Você tem compartilhado o evangelho de Jesus com a sua família? Por quê?

© Antonio Gama
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¹ Tasker, R. V. G. Introdução e Comentário de Mateus. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova, 2011, p. 220.   
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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Devocional#29 - MISSÃO DE ANUNCIAR


O culto autêntico a Deus chama a igreja com urgência para um testemunho evangelístico no mundo. ¹
Howard Snyder


Quando se visita uma exposição de artes é muito comum tentar imaginar o que o artista tinha em mente quando fez a obra. Podemos pensar em suas motivações, em seus ideais, seu objetivo ao escolher um estilo artístico e não outro. Para aqueles que conhecem um pouco mais sobre arte fica fácil descobrir os materiais, o formato e o estilo, mas ainda assim a intenção do artista é algo que apenas se pode imaginar, por ser um aspecto subjetivo. Porém, quando se tem a presença do artista no ambiente e é possível perguntar-lhe sobre o que o motivou a construir a obra, quais são seus objetivos e o que desejava transmitir aos expectadores, tudo se torna ainda mais claro.

Pode ser que até aqui você já tenha se perguntado: qual é a relação dessa história com a “missão de anunciar”? Precisamos pensar na seguinte questão; a relação do apreciador de artes com o quadro pode ser radicalmente transformada ao ter a presença do artista para explicar o seu objetivo final com a obra em questão. Ou seja, caso o artista possa dizer quais são suas intenções e o que ele desejou transmitir tudo ficaria ainda mais claro para o apreciador. Aquele espaço entre a obra exposta e o objetivo do artista pode ser preenchido pelo anúncio das motivações do próprio artista. 

 Talvez a pergunta ainda não tenha sido respondida, afinal: o que isso tem a ver com a “missão de anunciar”? A ideia principal aqui é pensar sobre a importância que cada cristão tem de compartilhar a sua fé em Jesus diante de um mundo que almeja por respostas e que procura sentido para a vida. Nós não somos os artistas, mas nós temos acesso e fomos ensinados por ele a interpretar todas as coisas e isso tudo a partir daquilo que ele desejou demonstrar ao mundo.

Diante de um mundo que chora, sofre, se desespera, que deseja sem saber a razão, que busca sem saber onde encontrar, que sente falta sem saber o que lhe faz falta, temos uma responsabilidade de anunciar a verdade de vida! Sabemos que todo o investimento para preencherem o vazio que sentem dentro de si é uma busca frustrada e alguns podem passar a vida inteira a procura de algo que os façam felizes. Sabemos bem o que pode preencher o vazio do coração das pessoas de nossas cidades.

Jesus definitivamente é o único caminho que leva à Deus e somente ele tem a exclusividade! Ele é a verdade que traz sentido para a vida e somente nele podemos encontrá-la! Nele podemos encontrar a vida e somente a partir dele podemos tê-la em abundância! Fora dele não há caminho para Deus, não há verdade para o sentido da vida e não há a verdadeira vida em abundância! Jesus é o caminho, a verdade e a vida! E quando fomos chamados por Deus para vivermos nele, recebemos também uma “missão de o anunciar” em todos os lugares, afinal, o mundo não pode encontrar vida fora de Cristo.  

Diante das pessoas de nossas cidades temos a responsabilidade de anunciar aquele que pode trazer sentido para vida, aquele que pode restabelecer o relacionamento com o próprio Deus, aquele que pode transformar a vida de qualquer pessoa e em qualquer situação. Temos a missão de mostrar o caminho das pedras e sinaliza-lo para que outros também possam entrar no reino de Deus. Um dia encontramos ou fomos encontrados no caminho, mas alguém foi responsável por sinalizá-lo para nós, assim também nós temos a responsabilidade de fazê-lo para outras pessoas.

Não podemos nos esquecer que já pertencemos ao reino de Deus, agora temos uma responsabilidade de anunciar o evangelho que pode levar a esse reino! Jesus viveu entre os homens sinalizando a chegada desse reino e nos mostrou que ele mesmo é o caminho! Sendo assim, a “missão de anunciar” o evangelho do Jesus é todos daqueles que se reconhecem como discípulo de Cristo na cidade. 

Questões para Reflexão:
1. Você acredita que a cidade tem desejado o caminho, a verdade e a vida, mas tem procurado em fontes erradas? Em quais fontes eles tem buscado encontrar tais coisas?
2. Qual a sua reação frente a essa cidade que procura sentido para a vida? Por quê? 
3. Você concorda que a cidade necessita de discípulos que anunciem o evangelho?
4. Você acredita que o nosso país viveria de outra forma se os 42 milhões de cristãos no Brasil vivessem com um senso de missão? Como poderia ser as nossas cidades?
5. Qual tem sido a sua postura frente a essa missão de anunciar? Você acredita que esteja realizando de forma saudável? Há algo que precisa ser mudado em você para a realização dessa missão? Você gostaria de orar sobre essa questão nessa semana?

© Antonio Gama
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¹ Snyder, Howard. A Comunidade do Rei. São Paulo: ABU, 2004, p. 111.   
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sábado, 18 de julho de 2015

Devocional#28 - TRANSFORMAR A CIDADE ATRAVÉS DA ESPERANÇA


Nossa mensagem de salvação está fadada ao descrédito se não dermos evidência de salvação por meio de uma existência e de um estilo de vida transformados. ¹
John Stott


A cada dia estamos tomando consciência da integralidade da nossa missão no mundo, descobrindo que ela tem vários aspectos a serem desenvolvidos, tais como: ensinar, servir, conviver, celebrar e anunciar. Nesse quarto ponto estamos descobrindo que parte da tarefa que temos no espaço urbano é de “sinalizar a esperança” através da “missão de celebrar” e assim transformar a nossa cidade.

Diante de um mundo que vive constantemente a beira do caos, nós podemos apresentar um Deus que pode colocar em ordem – e já começou – todas as coisas. Diante de uma cidade que busca a justiça a todo preço, mas que também se mostra injusta, podemos sinalizar o Cristo que justifica e traz a justiça em sua presença. Diante de pessoas que desejam a paz, podemos mostrar a fonte da paz que excede todo o entendimento. Diante de grupos sem esperança ou que a depositam em ideologias ou filosofias, podemos sinalizar a verdadeira esperança às pessoas – esperança que não é fabricada por mãos e nem intelectos humanos.

Jesus de Nazaré, o Cristo, é a verdadeira fonte de justiça, paz e esperança, e, através do seu sacrifício Deus está colocando todas as coisas em ordem em todo o universo. Afinal, tudo foi colocado sob o senhorio de Jesus, todas as coisas estão sendo restauradas, sendo assim, tudo será redimido; está sendo transformado. Tudo retornará ao seu estado original e desfrutaremos juntos – aqueles que estão em Cristo – de uma justiça que nunca vivemos, de uma paz que nunca sentimos e de uma esperança que nunca acaba.

É indescritível a beleza de um mundo renovado pelas mãos do próprio Deus criador! Não somente há esperança para o amanhã, mas hoje podemos celebrar a esperança daquilo que já foi iniciado na cruz de Cristo.

Mesmo que ainda sintamos tristeza na alma, sabemos que existirá um fim. Mesmo que haja ausência de ânimo, que tenhamos brigas e discórdias, que haja falta de paz e tranquilidade, que ainda tenha doenças e guerras, que haja um vazio no coração que não é preenchido por nada dessa terra, sabemos que um dia terminará o que foi iniciado na cruz do calvário. O reino de Deus já começou, mas ainda há um processo para a sua conclusão. Por conta disso, mesmo que ainda haja sofrimento, podemos viver em celebração pela esperança da glória de Deus entre os homens. Aqui é o limite para o cristão; “o já e o ainda não”.

Por causa do “ainda não” passamos situações difíceis, mas por conta do “já” não nos desesperamos diante delas. Por causa do “já” nossas esperanças nunca cessam, pois já podemos ver vestígios da eternidade em nosso meio, mas não os vivemos em sua máxima por causa do “ainda não”. O reino de Deus já começou e um dia – quando chegar o tempo de Deus – viveremos a máxima de alegria, justiça, paz, esperança e amor, como nunca sentimos nessa era.

Sim, essas são grandes razões para que louvemos ao nosso bom Deus que nos chamou para uma vida em Cristo! Não somente nos ofereceu a salvação, como também nos convocou para ser um grupo de pessoas que vivem em missão na cidade. Já estamos dentro desse reino e a nossa tarefa é sinalizar esse reino para que outros tenham acesso a ele. Aqui está parte de nossa tarefa cristã no mundo!

Ao passo que cada cristão viver com a “missão de celebrar” aquilo que já está acontecendo, a cidade pode começar a ser transformada e ser repleta de esperança. Jesus veio ao mundo para trazer justiça, paz, esperança e perdão, portanto devemos celebrar o motivo de termos acesso ao Rei transformador de realidades.

Somos comissionados a viver como agentes que transformam ambientes! Chamados para sermos discípulos redimidos pela obra de Cristo na cruz que celebram constantemente a beleza de novos anos! Jesus viveu dessa forma e nos convoca a também viver assim! Que possamos viver em missão e que a nossa celebração possa ser um sinal de esperança a ponto de gerar transformação em nossas cidades!

Questões para Reflexão:
1. O seu estilo de vida demonstra evidências da salvação e de esperança? Por quê?
2. Qual tem sido sua reação diante de pessoas que estão a procura de esperança, justiça, paz ou alegria?  Sua ação está evidenciando a esperança do reino de Deus?
3. Você tem celebrado o perdão de Deus a ponto de levar esperança para a cidade? 
4. Você concorda que cada discípulo de Jesus tem a missão de celebrar? Como essa postura poderia fazer a diferença na cidade? Como sua vida tem influenciado a cidade?
5. Caso fosse necessário você aceitaria mudar o seu estilo de vida para sinalizar o reino?

© Antonio Gama
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¹ Stott, John. A Missão Cristã no Mundo Moderno. Minas Gerais: Ultimato, 2010, p. 130.
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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Devocional#27 - TESTEMUNHO ATRAVÉS DA ESPERANÇA


Nossa missão é, no mínimo, fazer com que aqueles que nos rodeiam fiquem curiosos a respeito do Deus que adoramos e de nosso estilo de vida. ¹
Christopher Wrigth


Que as nossas cidades desejam e clamam por esperança todos sabemos bem! Que o grito silencioso de socorro por parte dos moradores já tenha chegado aos ouvidos de Deus também não pode ser motivo de dúvida para qualquer cristão da cidade.

Os moradores urbanos desejam viver em paz e justiça, mas depositam toda a esperança em um sistema político ou partidário, em um sistema ideológico ou filosófico, e muitas vezes, em uma crença religiosa. Mas não demora muito para descobrirem que estão investindo todos os recursos naquilo que não traz paz, justiça e nem esperança legítima.

 Diante de um cenário como esse precisamos nos lembrar que os cristãos não depositam sua esperança em algo terreno, pelo contrário, toda a confiança é depositada em um ser transcendente, que embora tenha vivido em um momento específico da história entre os seres humanos, agora habita dentro daqueles que o confessam como Senhor. Jesus de Nazaré é a fonte de toda esperança, paz e justiça. Somente através dele podemos ter a verdadeira vida e tê-la em sua integralidade.

Fora de Jesus Cristo até podemos encontrar vestígios de esperança e bondade, mas ainda são somente vestígios. Podemos encontrar alguns sinais da paz e justiça, mas não em sua integralidade.

Se fizermos uma avaliação saudável veremos que muitos esforços estão focados naquilo que são somente sombras, mas não a realidade de uma vida em abundância. Fora de Jesus não há paz, justiça e esperança legítima, há somente sombras.

Sendo assim, todo o cristão que conhece a única e verdadeira fonte de esperança não pode ficar indiferente frente aos clamores da cidade. Não deveria ser comum cristãos dormirem tranquilos a noite ao ouvirem os gritos angustiados de seus semelhantes. Talvez tenhamos desenvolvido um mecanismo de defesa para que possamos viver tranquilos frente ao desespero de toda a criação. Parece não ser possível ler os evangelhos e ficar indiferente ao sofrimento da cidade, exceto se criarmos uma forma de não darmos atenção à essas situações.

Diante disso podemos ter algumas atitudes estranhas. Mas precisamos nos lembrar que a primeira que não podemos ter é exatamente um complexo de messias, crendo que através de nós todas as coisas serão transformadas, que tudo se faria novo. Tampouco acharmos que por sermos apenas alguns poucos também não faremos diferença alguma na cidade, sendo assim, não faremos nada, apenas aguardaremos o retorno do nosso mestre. Não! Ambas as atitudes não são compatíveis com a postura que Cristo desejou aos seus discípulos!

Pouco tempo antes de sua ascensão aos céus, Jesus prometeu que enviaria o Espírito Santo de Deus como nosso consolador. Não somente isso, como ele também ensinaria todas as coisas e nos faria lembrar tudo o que o próprio Cristo havia ensinado. É esse Espírito de Deus que nos impulsiona para a missão cristã no mundo e parte dessa missão é sinalizar a fonte de esperança, paz e justiça.

Somos como placas que sinalizam a direção para que os sem esperança possam adquiri-la, mas só cumpriremos com esse objetivo caso tenhamos esse Espírito de Deus como parceiros na missão que temos no mundo. Sozinhos não conseguiremos ficar firmes diante dos dias difíceis, diante das dificuldades de vivermos em um tempo que prevalece a maldade, a corrupção e a falta de amor, afinal, sabemos que o inimigo de nossas almas veio para matar, roubar e destruir.

Mas caso tenhamos o Espírito de Deus como parceiro na missão que o próprio Jesus nos entregou, nada poderá nos fazer desistir. Com o impulso de Deus iremos ser as melhores placas de sinalização para a vida em abundância. Essa também é nossa missão! Não podemos abrir mão de sinalizar o reino de Deus e sua esperança em uma cidade que está clamando! Jesus viveu assim e nos convoca a viver dessa mesma forma em nossos bairros!   

Questões para Reflexão:
1. Aqueles que estão a sua volta ficam curiosos por causa do seu estilo de vida? Por quê?
2. Você acredita que as pessoas têm apostado todas as suas fichas em motivos errados?
3. Onde você acredita que elas têm depositado a esperança para buscar paz e justiça?
4. Você concorda que o Espírito Santo de Deus é o melhor parceira para a missão?

© Antonio Gama
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¹ Wrigth, Christopher. A Missão do Povo de Deus. São Paulo: Vida Nova, 2012, p. 158
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O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto e o incentivamos a fazê-lo, desde que não altere seu formato, conteúdo e que informe os créditos de autoria.