terça-feira, 30 de junho de 2015

Devocional#15 - MISSÃO DE CONVIVER


A tarefa da igreja é prover ocasião para que as pessoas encontrem integridade espiritual quando a deficiência ameaça o seu progresso.
James Thompson


Atualmente vivemos cercados de pessoas que estão correndo atrás de seus sonhos. Muitas saem de suas cidades natal e migram para os centros urbanos na possibilidade de conseguirem uma melhoria na vida financeira, no atendimento público de saúde e na realização de seus sonhos. Porém, ao passo que ocorre essa migração, as cidades vão ficando mais populosas e a disputa e concorrência fica inevitável. Esse é o movimento visto nas grandes metrópoles do mundo inteiro. Sendo assim, o desespero não demora a chegar no coração e na alma dos moradores urbanos, seja pela falta de uma melhora de vida significativa ou, até mesmo, pela disputa inegociável pela sobrevivência que ocorre na cidade.

As relações ficam cada vez mais superficiais e os encontros deixam se ser normais entre as pessoas que se encontram diariamente. A disputa pelo emprego faz com que alguns se coloquem em condições muito precárias por causa dos limites das vagas. No Brasil, por mais que não passe de 5% da população que frequentam os bancos universitários, ainda assim, as universidades e o trajeto para chegar às aulas são tumultuados por causa da quantidade de estudantes, nas cidades grandes. O estrese força as pessoas a se desligarem da realidade do contato humano significativo e cada vez mais percebe-se uma multidão de estranhos caminhando para suas tarefas diárias e suas vidas sem relacionamentos profundos e reais.

Viver nas cidades traz acesso ao que está sendo produzido culturalmente, acesso à melhor gastronomia e ao emprego dos sonhos, mas também traz desespero, angústias, doenças, e, às vezes, leva à morte espiritual e física. A cidade ao mesmo tempo que pode ser bênção pode também ser um espaço de desumanidade, de falta de relacionamentos reais, de dores na alma e angústia no espírito.

E é exatamente esse o espaço para o qual Jesus enviou aqueles que viriam a ser seus discípulos. Afinal, “assim como me deste uma missão no mundo, eu dei a eles uma missão no mundo.”² Esse foi e continua sendo o plano de Deus para os seus filhos que foram salvos pela cruz.

Deus está trazendo a originalidade de todas as coisas que foram corrompidas pelo pecado humano, ele está redimindo o mundo. Deus está em missão e convida seu povo a viver com um senso de missão em todo o tempo de suas vidas.

Em contraste com a realidade neurótica da cidade, Jesus envia seus discípulos em missão para transformar a cidade por meio dos relacionamentos. Ele nos trouxe uma “missão de conviver” e é a partir dessa missão que as pessoas podem ter outra referência de vida em meio ao caos urbano em que vivem.

Jesus nunca desejou que os seus seguidores vivessem fora das cidades, separados de todas as incoerências geradas nos centros urbanos. Ao contrário, ele comissionou todos os seus fiéis, na história, para uma jornada de fé e espiritualidade que fosse vivida no meio do caos, oferecendo assim esperança e paz para os desesperados.

  Jesus foi o exemplo maior de estilo de vida em missão onde mais as pessoas necessitavam, a esperança era levada por seus pés, mãos, passos, gestos e palavras. No meio do caos Jesus intervinha com sua mensagem de esperança que o reino de Deus havia chegado. Que não mais seriam dominados pelo desespero, angústia, abandono e sofrimento. Havia chegado o reino de Deus, era isso o que Jesus estava anunciando e fazendo. E é para ser sinais do reino dele que somos chamados.

A cidade precisa de homens e mulheres que vivam verdadeiramente a sua “missão de conviver” e levem esperança às pessoas. Essa também é parte de nossa missão no mundo. Também foi para isso que fomos comissionados!

Questões para Reflexão:
1. Você já pensou qual é a tarefa da Igreja? Já pensou qual é a tarefa de cada cristão? E já pensou qual é a sua parte na tarefa da Igreja?
2. Você acredita que a cidade sofre pela falta de relacionamentos significativos?
3. Você reconhece a cidade como um ambiente de se relacionar? Você se relaciona com as pessoas que não são próximas a você?
4. Você acredita que Jesus trouxe uma missão de conviver para os seus discípulos? Você convive com as pessoas a partir dessa realidade? Você se relaciona com a convicção de que os relacionamentos significativos também fazem parte de sua missão na cidade?

© Antonio Gama
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¹ Thompson, James. Nossa Vida Juntos. São Paulo: Editora Vida Cristã, 1983, p. 113.
² João 17.1-18 [A Mensagem]
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O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto e o incentivamos a fazê-lo, desde que não altere seu formato, conteúdo e que informe os créditos de autoria.   

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Devocional#14 - TRANSFORMAR A CIDADE ATRAVÉS DO SERVIÇO


As pessoas em busca de espiritualidade hoje precisam não somente de conteúdo, mas também testemunhar o cristianismo incorporado nos indivíduos e na comunidade. ¹
Timothy Keller


A cidade é o ambiente em que o próprio Deus nos designou a viver. Se ela se apresenta com características negativas é justamente o ambiente em que fomos     colocados para cumprir nossa “missão de servir”.

Se nela encontramos características positivas é uma demonstração de que há sinais da graça de Deus presente. Não é possível ver sinais verdadeiros de bondade se não vier do próprio Deus. Mas o que precisamos ter em mente é que mesmo com problemas ou beleza, com angústias ou riquezas, com desesperança ou harmonia, a cidade é o nosso principal ambiente para o serviço.

As cidades clamam por socorro pois dentro delas é possível encontrar tanto santidade como perversão das relações humanas. Também encontramos falta de  harmonia, falsa paz, inimizade e falta de amor. Seus clamores estão chegando aos céus e Deus continuamente chama seu povo a anunciar aos quatro cantos da cidade, a esperança, que só é possível como consequência do arrependimento.

Não haverá transformação em nossa cidade se os cristãos continuarem vivendo suas vidas como se a fé que confessam em Cristo fosse uma questão de fórum particular. E que só se deve viver como discípulo de Jesus quando se está servindo no ministério que lhe fora reservado na igreja local. E, assim, quando não se está escalado para o serviço interno da igreja, não tem a prática do serviço cristão na cidade. Essa compreensão precisa ser alterada!

Na vida cristã não há espaço para uma ideia equivocada que compreenda   existir dois espaços; o sagrado e o profano. Compreendo assim só se pode servir no espaço do sagrado. E isso seria um erro! Muitos cristãos vivem assim, porém outros consideram essa ideia um absurdo. Mas na prática agimos dessa forma!
Deus está chamando todos aqueles que reconheceram o senhorio de Jesus   para ter um estilo de vida em missão e não desistir de servir nas cidades. E para    assim fazer é necessário que esses discípulos se tornem cada vez mais servos daquele a quem chamam de Senhor de suas vidas. Esse chamado envolve duas   características principais; a necessidade de abrir mão da autorealização e também a consciência de que só é possível ser servo se houver um Senhor, nesse caso, o   próprio Jesus de Nazaré.

Para realizarmos o serviço cristão é necessário que deixemos de lado o desejo incontrolável da autorealização, ou seja, aquele desejo que nos move em direção do serviço ao outro, mas com o objetivo de realizar a nós mesmos. Outro questão que precisamos ter consciência é de que somos todos chamados para o serviço, seguindo o modelo maior do próprio Cristo.

Não podemos nos esquecer que não é possível cumprir a missão que nos foi  dada se ainda compreendemos que somos nós quem decide o que devemos fazer de nossa vida. O servo necessariamente necessita de um Senhor. E Jesus é a pessoa a quem foi dada toda a autoridade para direcionar os filhos de Deus. Aqueles que ainda vivem segundo as suas próprias vontades não desejam viver em missão e,  também, não conseguem servir e se alegrar com essa ação.

O chamado de Jesus para nós, caso seja vivido de forma real e intensa, pode “transformar as cidades” onde vivemos. Porém, para que vivamos como reais discípulos de Cristo, precisamos oferecer nossas vidas como instrumentos nas mãos do redentor. Através de nós, a salvação, a alegria, a esperança e o socorro podem chegar aos necessitados que estão em nossa cidade. É para isso que ele está nos chamando, para amar a Deus sobre todas as coisas e amar o nosso próximo como a nós mesmos. E avança ainda mais, dizendo que o modelo de serviço no mundo é a forma com que o próprio filho de Deus viveu e se entregou na cruz.

A transformação chegará à cidade quando os discípulos de Jesus viverem com plena consciência da missão recebida das mãos do filho de Deus. Ele nos chama a transformar as cidades por meio do serviço; essa é a nossa “missão de servir”. 

Questões para Reflexão:
1. Você acredita que o próprio Deus ouve o clamor dos moradores da cidade?
2. Você concorda que a forma que a cidade está hoje é exatamente o nosso ambiente  para cumprirmos a missão de servir? Você se enxerga como um discípulo na cidade?
3. Você acha que para servir é necessário abrir mão da autorealização? Qual é o seu objetivo principal para servir as pessoas na cidade; sua realização ou satisfação de Deus?
4. Você vive tendo Jesus como o Senhor de sua vida? Quem é que da o tom de sua vida?


© Antonio Gama
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¹ Keller, Timothy. Igreja Centrada. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 377. ______________________________________

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domingo, 28 de junho de 2015

Devocional#13 - O PODER PARA SERVIR


Nós assistimos, fascinados, o Espírito missionário criando um povo missionário e impulsionando-os a saírem em sua tarefa missionária. ¹
John Stott


Um bom esportista sabe que para além de suas habilidades, treinos e disciplina, não é possível vencer qualquer competição sem um “impulso interno” que sempre o estimula a treinar mais, a praticar mais e a se dedicar ainda mais. 

Outro fator que é necessário para que um atleta seja bem sucedido no esporte é o que chamamos de “motivação externa”. Sem o impulso e sem a motivação, mesmo que haja habilidade, o treino e a disciplina sofrem consequências negativas. Assim, qualquer atleta mesmo habilidoso pode não realizar um objetivo que havia estabelecido.

A ideia aqui não é falar sobre a competição, o treino ou a disciplina, mas especificamente sobre a motivação e o impulso que faz um atleta chegar ao seu objetivo. A motivação é uma ação que faz com que alguém haja disciplinadamente para atingir um fim almejado e o impulso é aquilo que empurra uma pessoa a seu objetivo final.

Mas qual a relação desse assunto com a “missão de servir”? O que a motivação e o impulso têm a ver com a missão que recebemos de Jesus?

Acredito que essas duas características podem nos ajudar a compreender melhor o papel do Espírito Santo no cumprimento de nossa missão na cidade. Devemos nos lembrar que no anúncio da “grande comissão”, Jesus afirmou que com toda a autoridade que lhe fora dada, ele estava enviando seus discípulos a irem pelas cidades e fazerem discípulos.

       Não somente no texto acima, mas também vemos Jesus afirmar que ele não deixaria seus discípulos sozinhos, pois enviaria o Espírito Santo de Deus para estar com eles, e, com todos aqueles que também se tornassem seus discípulos no futuro. ²

Além de várias características do Espírito Santo descritas nos quatro evangelhos, surge também a compreensão de que não conseguiremos cumprir a missão que recebemos de Cristo sem essa ação de “impulsionar” e de “motivação” do Espírito de Deus agindo em nós.

Por causa da natureza do pecado original vivemos constantemente centrados em nós mesmos, sendo assim, somente o Espírito de Deus pode gerar em nós a disposição para nos voltarmos para o nosso Criador e para o cumprimento da missão que recebemos do seu filho Jesus.

Para constantemente vivermos centrados naquilo para o qual fomos criados, ou seja, para um “estilo de vida de serviço”, precisamos ser motivados pelo Espírito Santo. Somente ele pode nos fazer viver para a glória de Deus através do nosso serviço às pessoas. Mas assim como a motivação é recebida e pode fazer um atleta focar nos seus objetivos e ser vitorioso, assim os discípulos devem receber a motivação do Espírito de Deus para cumprir com a “missão de servir”.

Mas não somente a disposição faz de um atleta ser bem sucedido no seu objetivo, o “impulso” que recebe também o ajuda no processo. Da mesma forma, aquele que se confessa como discípulo de Jesus precisa ser “impulsionado” pelo Espírito de Deus, pois esse é o poder para servir.

Para ser impulsionado é necessário estar em prontidão para a ação. E quando se é impulsionado pelo Espírito Santo, é a missão de Deus que estará sendo feita através de seus filhos no mundo. Portanto, o poder para a realização da missão não é gerado pelo homem, mas ocorre ao passo que o discípulo de Cristo se coloca à disposição do Espírito Santo para a missão que Deus está fazendo em toda a sua criação.   

Não podemos nos esquecer que é o próprio Deus que está em missão no mundo e ele constantemente chama seu povo para viver em missão nas cidades. Só faz sentido ser o povo de Deus se vivermos também em missão naquilo que ele está fazendo na história com toda a sua criação. E para vivermos centrados em missão no mundo precisamos do Espírito Santo de Deus.

Questões para Reflexão:
1. Você concorda que para cumprir a missão precisamos de impulso e motivação?
2. Você acredita que o Espírito Santo de Deus é o poder para missão cristã no mundo?
3. Sua relação com o Espírito Santo tem sido sincera, verdadeira e fiel? Você tem o Espírito de Deus como um parceiro para uma vida de serviço? Por quê?
4. Você tem se deixado ser influenciado pelo Espírito para a missão do povo de Deus na cidade? Você tem uma vida de serviço? Qualquer sua relação com o Espírito de Deus?

© Antonio Gama
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¹ Stott, John. Ouça o Espírito, Ouça o Mundo. Minas Gerais: ABU, 2005, p. 369.
² Mateus 28.18-20 e João 14.15-31, respectivamente.
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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Devocional#12 - O SERVIÇO QUE DEUS REQUER


A probabilidade de que muitos na cidade ouçam a mensagem da igreja aumentará porque os membros investiram tanto de si mesmos e de   forma tão profunda na cidade. ¹
Darrin Patrick 


Não há algo que a Bíblia fale mais do que a realidade de que cada cristão, a partir do momento em que reconheceu o senhorio de Cristo sobre sua vida, foi chamado para viver em missão no mundo.

Somos transformados por Jesus para praticar dois “grandes” movimentos. Somos chamados para “amar a Deus sobre todas as coisas e amar as pessoas como Cristo nos amou”, e também, comissionados a “ir pelo mundo - pelas diversas cidades - anunciando o evangelho e fazer dos ouvintes transformados pelo Espírito de Deus, discípulos de Jesus de Nazaré”. É para isso que fomos chamados: para o “Grande Mandamento” e para a “Grande Comissão”.

Sabemos que somos desafiados a encarnar o “estilo de vida” do próprio Cristo que, desde o começo, dedicou-se ao serviço que transformaria toda a criação de Deus. Jesus viveu de forma serviçal para que aqueles que cressem nele obtivessem a redenção. Tudo isso foi feito a partir de uma vida em total entrega ao Deus Pai, ao qual o próprio Cristo dedicava toda a glória o tempo todo.

Sendo assim, duas observações são necessárias serem lembradas para o nosso serviço na cidade; tanto a “forma” com que servimos, quanto com a “intenção” com que o fazemos. De fato, Jesus não media esforços para o serviço que podia ser feito a partir de suas mãos. Sempre que era necessário a transformação saia de si e iria ao encontro de outras pessoas. O simples encontro, as conversas, o anúncio e o chamado eram comuns em cada relação com Cristo. A “forma” muitas vezes derivava da própria necessidade das pessoas ou da realidade em que os necessitados estavam inseridos.

Não devemos gastar muito tempo se devemos ou não nos envolver com quem está praticando o bem se o alvo é a transformação de uma realidade de desgraça, o que devemos levar em consideração é justamente se a “forma” com que está sendo feito é aplicável a quem precisa ser atendido. A forma do fazer depende de quem necessita do serviço.

O que precisamos nos atentar é com a “intenção” que nos motiva quando praticamos qualquer ato de servir. Podemos estar sensibilizados a servir alguém que realmente esteja necessitado, mas ainda assim, fazê-lo com intenções egoístas. Seja para ser reconhecido pelo grupo com quem iremos compartilhar os nossos feitos, seja simplesmente para a satisfação pessoal ou, até mesmo, a tranquilidade para dormir em paz. Fazemos assim por causa das características da queda que habita em nós. E é aqui que precisamos aprender com os passos de Jesus.

Não havia momento em que o Cristo não se dedicava a glorificar o Pai pelos feitos de suas mãos milagrosas, pelas palavras de transformação de sua boca, pela escuta curadora de seus ouvidos, pela salvação oferecida pela sua morte de cruz e ressurreição de seu corpo. Tudo o que ele fez foi para glorificar ao Pai. Esse é o desafio para os discípulos de Jesus que vivem em uma sociedade narcisista que mesmo servindo, as vezes o fazem para se satisfazer.

Sendo assim, o primeiro ponto que precisamos pensar é que a “forma” com que servimos irá depender do necessitado a nossa frente, ou seja, depende do outro. Precisamos estar atentos para servir a quem precisa como precisa e não limitarmos o serviço a uma ação específica que fazemos em um horário marcado num dia da semana. Mesmo que isso também possa ocorrer, não podemos fazer disso a desculpa para não servir em outros momentos. O segundo ponto para pensarmos é o fato de que a “intenção” para o serviço deve ser sempre a glória de Deus.

 Fomos criados com um propósito principal; glorificar a Deus com a nossa vida. E o nosso serviço irá glorifica-lo dependendo da “intenção” com que fazemos qualquer ação. Esse é o serviço que Deus requer! Que façamos tudo para a glória dele!

Questões para Reflexão:
1. Você concorda que as pessoas de nossa cidade ouvirão cada vez mais os cristãos dependendo da forma com que eles servem?
2. Como você lida com o Grande Mandamento? Como você vive a Grande Comissão?
3. Você acredita que existem pessoas que ao servirem algum necessitado, fazem isso a partir de um intenção egoísta? Qual a sua intenção quando você está servindo?
4. Você tem servido as pessoas para a glória de Deus? Você faz todas as coisas na cidade para glorificar a Deus? Deus tem sido glorificado através de suas ações?

© Antonio Gama
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¹ Patrick, Darrin. O Plantador de Igreja. São Paulo: Vida Nova, 2013, p. 293. ______________________________________

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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Devocional#11 - O EXEMPLO DE JESUS


A “destra de Deus” à qual Cristo “assenta” é, então, um simbolismo para sua autoridade universal, que o capacita a conceder bênçãos e também requerer submissão. ¹
John Stott   


Quando olhamos para o antigo testamento vemos Deus indicando um grupo de pessoas a ser considerado como prioridade no serviço dos cristãos na cidade; o pobre, a viúva, o órfão e o estrangeiro. E quando olhamos para o novo testamento percebemos Jesus praticando essa prioridade em sua ação como homem, profeta, pastor e salvador.

Como primeira característica de servo, o próprio Deus, na pessoa de seu filho Jesus, deixa a glória do céu e, se humilhando, encarna no corpo de um ser humano, que seria o filho de Maria e que nasceria em Nazaré. Um Deus que vive como um homem? De fato, não é fácil compreender as atuações do nosso Senhor, na história da humanidade, por sermos limitados diante desse Deus tão singular!

A segunda característica de servo em Jesus é o fato de ter cumprido também um papel profético ensinando, assim como os profetas do antigo testamento, tudo aquilo que o Pai havia transmitido a ele. Afirmando que o reino de Deus havia chegado ao demostrar os sinais desse reino, e que os descendentes de Davi precisavam viver com sede de justiça para serem completamente felizes, ensinando a todos cuidarem dos vulneráveis que houvesse entre eles.

A terceira característica de servo é a prática pastoral com que Jesus ensinava, cuidava e, até mesmo, alimentava os seus seguidores. Não poucas vezes ele demonstrava o cuidado pastoral para com aqueles que o procurava. As crianças, os estrangeiros, as viúvas, as prostitutas, os pescadores, os pobres, todos eram tratados com um amor fraternal que é sinal de quem vive com a consciência da missão de servir. Jesus, mesmo sendo homem, não perdia a consciência da missão.

A quarta característica de servo que podemos perceber em Jesus, entre muitas outras, é que sua tarefa principal é a de salvador do mundo. O papel de redentor estava em suas mãos e a consciência da missão que havia recebido do Pai o fez entregar-se como servo na cruz, oferecendo assim o perdão a todo aquele que nele crer. O cordeiro foi entregue a favor dos homens!

Seja como homem, profeta, pastor e salvador Jesus não perdeu em nenhum momento a consciência que vivia nessa terra com uma missão de servir, dada direto pelo Pai. Jesus tinha a plena certeza do seu propósito, porque vivia no centro daquilo que era sua missão. Também não tinha crise por não saber qual era o significado da vida, pois constantemente servia as pessoas a quem o Pai confiava em suas mãos. E a sua identidade era algo muito claro perante o Pai e perante o mundo, a quem viera redimir.

Tanto a nossa identidade, propósito e significado para vida só é possível ser encontrada de forma significativa quando estivermos centrados naquilo que o próprio Deus nos criou para ser e na relação saudável com Ele, com os outros e conosco mesmo.

Jesus nos ensina a maneira que Deus deseja que vivamos nessa era: viver no centro da vontade dele. A vida de Cristo e os valores que ele nos ensinou revela como será a eternidade quando tudo for restaurado por causa do seu sacrifício. A vida do redentor revela quais são os desejos do coração de Deus para sua humanidade. Definitivamente, o maior exemplo para nossa vida, identidade, propósito, significado e missão no mundo é o estilo de vida que o próprio Jesus teve enquanto homem.

E é assim que ele nos comissiona a viver, transformando as cidades através da nossa “missão de servir”, assim como o próprio Cristo serviu. Será o discípulo maior que o seu próprio mestre, a ponto de não querer viver como ele mesmo viveu? Não. Que sejamos cheio da graça de Deus e vivamos toda nossa vida a partir do exemplo de Jesus. Que possamos ser seus imitadores a ponto das pessoas da cidade o conhecerem por causa do nosso estilo de vida de serviço.     

Questões para Reflexão:
1. Você reconhece as várias características de Jesus, tais como; homem, profeta, pastor e salvador? Quais dessas características te chama mais atenção?
2. Você tem Jesus como o exemplo maior para sua vida, identidade, propósito e missão?
3. Você consegue listar algumas ações de serviço de Jesus? Você tem praticado alguma dessas ações? Você precisa mudar alguma coisa em sua vida para praticá-las?
4. Você acredita que um discípulo pode ser maior que o seu mestre? Um discípulo pode escolher o que fazer mesmo quando confessa que Jesus é o seu Senhor? Como você tem vivido?


© Antonio Gama
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¹ Stott, John. A Missão Cristã no Mundo Moderno. Minas Gerais: Ultimato, 2010, 

p. 60-61.
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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Devocional#10 - O QUARTETO VULNERÁVEL


...usem a liberdade para servir o próximo com amor. ¹  Apóstolo Paulo


Que as cidades têm várias oportunidades de serviço pelo fato de ter muitos problemas sociais, econômicos e relacionais já temos certeza, pois, é só nos conectarmos a um noticiário online que iremos perceber as notícias que mais são divulgadas e lidas, sem falar nos vários programas de notícias da televisão. Mas se existem tantos problemas nas cidades em que vivemos, como é que devemos praticar o nosso serviço? A Bíblia apresenta uma prioridade para a nossa missão de servos na cidade? Afinal, a quem devemos atender com prioridade?

 Se já entendemos que um dos aspectos da nossa missão é servir, com certeza já nos perguntamos como devemos fazer e a quem devemos servir primeiro, pois, caso contrário, nem nós sobreviveremos. Essas são perguntas pertinentes, mas pode ser que algumas vezes julguemos que há pessoas, mesmo que em situação de risco, que não devam ser atendidas. Há também aqueles que fazem essas perguntas porque tem a preocupação que se dividirem tudo o que tem, eles mesmos serão contados entre aqueles que necessitam de ajuda. Essas de fato podem ser perguntas legitimas para algumas pessoas, mas também pode ser uma desculpa que inventamos para não servir ao próximo.

Ao olharmos para o antigo testamento vemos que Deus falou com seu povo através de profetas que foram escolhidos para serem a sua voz entre a nação de Israel. Esses profetas tinham uma responsabilidade que se dividia em duas principais características; anunciar a Palavra de Deus ao seu povo, e, denunciar que o povo ou o governo local da época estavam caminhando conforme as suas próprias ideias e não a partir dos preceitos do Senhor. Eles recebiam de Deus o modelo que o povo de Israel deveria viver e qual deveria ser a ação de cada um deles perante os outros povos. Os profetas eram levantados por Deus para conduzir os descendentes de Abraão a viverem de forma justa diante de Deus e do mundo, também, receberem um dia o próprio Messias entre o seu povo, e, assim, anunciarem esse Salvador ao mundo.

De forma recorrente esses profetas priorizavam um grupo que todo o povo deveria cuidar e servir. Parece que, de alguma forma, Deus tem um olhar especial a um grupo de pessoas que os cristãos devem servir prioritariamente. Sabemos que o processo de redenção abrange toda a criação de Deus e sua salvação pode chegar a todos os seres humanos, sendo assim, sabemos que Deus não faz acepção de pessoas. Mas os profetas parecem indicar um grupo prioritário para a missão dos cristãos no mundo. Especificamente, existe um quarteto vulnerável a ser atendido pela missão dos discípulos tanto local quanto globalmente. 

Ele não tem favoritos (...) assegura, aos órfãos e às viúvas, um tratamento justo e se preocupa com os estrangeiros, providenciando roupas e comida para eles.

O Senhor dos Exércitos de Anjos disse naquele tempo e diz agora: ‘Sejam justos uns com os outros. Amem o próximo. Sejam misericordiosos uns para com os outros. Não tirem vantagens de viúvas, órfãos, estrangeiros e pobres’ ... ²

  De fato, percebemos que há um olhar prioritário de cuidado e serviço a esse quarteto vulnerável. O estrangeiro, o pobre, a viúva e o órfão, foram os alvos prioritários no antigo testamento e, como Deus não mudou e nem a forma de encarar esse grupo na sociedade, eles continuam sendo o nosso alvo prioritário da “missão de servir”. Mas ainda nos perguntamos: como entender esse grupo na atualidade?

 Jesus nos comissionou a servir com amor os migrantes de outros estados que vem para trabalhar nas grandes cidades e também os imigrantes que vem para o nosso país, esses são os estrangeiros. Ele nos ordena a servir aqueles necessitados que moram ao nosso lado e nas periferias, esses são os pobres. Nos estimula a cuidar das mulheres que vivem com seus filhos sem a presença do pai das crianças e também as que perderam seus maridos, essas são as viúvas . E nos chama a cuidar daqueles que não são cuidados por seus familiares mesmo que tenham pai e mãe, e também, aqueles que perderam seus pais, esses são os órfãos.

Deus nos chama a servir todos os moradores urbanos, mas estabeleceu uma prioridade para a nossa “missão de servir” nas cidades. Que estejamos sensíveis a Deus e a esse grupo vulnerável!

Questões para Reflexão:
1. Você concorda que devemos usar a nossa liberdade para servir as pessoas na cidade?
2. Para você, os pobres, as viúvas, os estrangeiros e os órfãs são as pessoas que mais sofrem em nossas cidades? Por quê?
3. Você acredita que esse quarteto vulnerável tem realmente prioridade no atendimento da missão cristã dos discípulos de Jesus? Pra você, porque Deus priorizaria esse grupo?
4. Como tem sido sua ação para com esse grupo vulnerável? Você os tem priorizado?


© Antonio Gama
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¹ Gálatas 5.13 (A Mensagem)

² Deuteronômio 10.18 e Zacarias 7.10, respectivamente. (A Mensagem)
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