segunda-feira, 22 de junho de 2015

Devocional#08 - MISSÃO DE SERVIR


Se pudermos aceitar esse conceito mais amplo de missão como serviço cristão no mundo...os cristãos poderiam, sob a direção de Deus, fazer um impacto muito maior na sociedade. ¹
 John Stott


As cidades são permeadas de situações de conflito, angústia, fome e ausências. Definitivamente não são poucos os espaços que, se levado em consideração, se apresentam como um ambiente de serviço em potencial para qualquer cristão.

Porém, sabemos que o número cada vez maior de evangélicos parece que não tem feito uma renovação significativa da sociedade, e talvez, isso não ocorra até o retorno de Cristo, mas essa situação não deveria nos fazer desanimar.

A corrupção, negligência e falta de empatia que julgamos nos políticos também é comum serem encontradas em boa parte daqueles que se confessam evangélicos. Ao olhar para as cidades é possível detectar vários ambientes de necessidades e problemas crônicos. Portanto, como cristãos, devemos enxergar esses espaços exatamente como o “ambiente da missão” que recebemos do próprio Deus.

Durante muitos anos fomos ensinados que alguns cristãos foram chamados como missionários transculturais e que deveriam se preparar disciplinadamente para a atuação missionária em outro estado ou um país de outro continente. Aprendiam a língua, os costumes, a cultura, a forma de socialização, as maiores necessidades do povo local e, então, se preparavam para a ação evangelística principalmente iniciando nessas áreas que poderiam servir como voluntários. Na verdade, ainda é assim a preparação básica dos missionários transculturais, e essa ainda parece ser é a melhor forma de ação.

A questão principal, para cada um dos cristãos que não foram chamados ao ministério evangelístico, é que pouco foram ensinados de forma intencional a viverem em missão no mundo, e que, para cumprirem com essa missão, deveriam se preparar de forma semelhante aos missionários transculturais.

Sendo assim, primeiro, fomos pouco ensinados que deveríamos viver em missão em todos os ambientes que passamos, frequentamos ou vivemos. E segundo - que não faz sentido ser ensinado sem a compreensão do primeiro ponto - é a realidade que deveríamos nos preparar para a missão local na nossa realidade de vida assim como um missionário se prepara quando vai para uma outra cultura. O mesmo exercício que um missionário faz para detectar necessidades de uma determinada população que será evangelizada, deveria ser o exercício que os cristãos em geral deveriam fazer. E quando percebermos que as situações angustiantes que surgem na cidade na qual vivemos é exatamente o ambiente de evangelização, a nossa “missão de servir” será cada vez mais efetiva.

É muito possível que nesse momento, tendamos a afirmar que a diferença entre nós e os missionários, é que eles não estão vivendo no problema do povo que irá evangelizar, e nós sim. Mas não podemos nos esquecer que eles se preparam para viver exatamente no meio do problema, passando a vivenciar as angústias do povo local. Na verdade, eles saem de uma situação de vários problemas de uma cidade onde vivem e vão servir como evangelistas em outras que, normalmente, iniciam suas ações a partir das necessidades, angústias e problemas locais.

  Esse é o ponto principal para que compreendamos a consciência de missão que precisamos ter. Todos os cristãos estão em um espaço de necessidades que emerge como um ambiente de “missão de servir” nas cidades locais. E quanto mais transformarmos a nossa mente e passarmos a viver em missão no ambiente urbano, servindo justamente naquilo que identificamos como os principais problemas, mais realizaremos a missão que nos foi dada por Cristo.

 Jesus de Nazaré nos “comissiona ao serviço” e, quando assim vivemos, as pessoas das cidades são impactadas pelo serviço cristão, pois elas não entendem como é que alguém que vive os mesmos problemas ainda encontram espaço em suas vidas para “servirem uns aos outros”. E é por conta disso que não devemos nos esquecer que somos chamados a sinalizar os valores do reino de Deus, principalmente através da “missão de servir”, em todos os lugares que vivemos. A cidade então passa a ser o nosso ambiente principal de serviço. Somos chamados a servir na cidade, chamados a servir as pessoas nos ambientes urbanos. Jesus nos comissiona a “transformar as cidades através do serviço”

Questões para Reflexão:
1. Você compreende os problemas da cidade como um espaço de servir?
2. Você se prepara para viver em missão na cidade assim como um missionário faz?
3. Você acredita que foi chamado para transformar a cidade através do serviço?

© Antonio Gama
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¹  Stott, John. A Missão Cristã no Mundo Moderno. Minas Gerais: Ultimato, 2010, 

p. 41.
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