quarta-feira, 17 de junho de 2015

Devocional#03 - DISCÍPULO QUE ORA


                                             A constância na vida de oração de um discípulo é como a resistência na vida de um corredor. A intimidade com Deus exige comunicação regular. ¹
Keith Phillips


As cidades vivem em ritmo frenético, não paramos nem para nos alimentar de forma saudável e os estabelecimentos “fast-food” nos oferecem refeições que ficam prontas em questão de poucos minutos. Se agimos assim com a nossa alimentação que é algo essencial para que vivamos com saúde, quantas vezes não agimos da mesma forma com o nosso espírito, por deduzirmos que ele é ainda menos importante que o nosso corpo? Essa ação é muito comum, mesmo que seja inconsciente.

Talvez não paremos para pensar que não é possível alimentar um “cãozinho” apenas um dia do final de semana, por exemplo, somente no domingo. Excluindo aqueles que não tem um cuidado necessário com o seu “cão”, sabe-se também que não é possível alimentar somente uma vez ao dia aquele animal que já faz parte da família. Alimentamos o “cãozinho” algumas vezes, dando as refeições que é necessário para que o animal viva de forma saudável. Algumas pessoas, mesmo que alimentem o seu “cãozinho” de forma minimamente saudável por saberem da importância para a vida do animal, ainda assim deixam de cuidar de seus próprios espíritos, não praticando o mínimo necessário para se manterem ligados a Cristo, aquele que dizem seguir.

Aqui surge-nos algumas questões: somente é possível estar ligado a Cristo por meio de práticas espirituais? Só é possível fazer aquilo que Jesus nos comissionou quando estamos intencional e espiritualmente ligados a ele? Não é possível somente fazer o que ele nos deixou como missão sem praticarmos a leitura bíblica, a oração, o jejum e outras disciplinas? Afinal, por que é necessário fortalecer o nosso espírito para realizar a missão de ensinar?

Nos quatro evangelhos podemos ver que o próprio Jesus, diversas vezes, se retirou do meio das pessoas para alinhar a sua missão à missão do Pai. Não poucas vezes percebemos o Cristo sozinho para alinhar o seu coração àquilo que o próprio Deus estava fazendo na história da redenção.

O próprio Cristo que iria se entregar na cruz, retirou-se e buscou força no Pai para cumprir sua missão no plano de Deus para a sua criação. Com suor de sangue, Jesus orou:

Meu Pai, se há algum meio, livra-me! Afasta este cálice de mim. Mas, por favor, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres. ²

É impressionante ver Jesus Cristo, o Filho de Deus, a segunda pessoa da trindade, prostrando-se para alinhar a sua missão à ação de Deus no mundo. Aqui surge mais uma pergunta difícil: pode o discípulo querer ser maior que o seu mestre? Não! Então, como é possível, muitas vezes, nós que dizemos ser discípulos de Jesus, não fazermos como ele mesmo fez ao buscar fortalecer o seu espírito? Talvez implicitamente, dizemos a nós mesmos que não precisamos fortalecer porque já somos fortes, ou, até mesmo, nos deixemos ser tomados por uma cultura “fast” que não se pode perder tempo com nada, além, é claro, daquilo que é correr atrás do seu próprio sonho. Como somos enganados, como nos enganamos e como nos deixamos ser enganados!

Para cumprir com a “missão de ensinar” que Jesus nos trouxe precisamos alinhar o nosso coração ao coração do próprio Deus. Para realizar a nossa missão na cidade precisamos alinhar-se com a missão de Deus no mundo, assim como o próprio Jesus fez. Só é possível realizar e nos colocarmos a disposição da missão de Deus se buscarmos fortalecer o nosso espírito, com leitura e reflexão bíblica, conhecimento do evangelho, jejum e oração. Se formos passivos à cultura do nosso tempo estaremos nos enganando ao dizer que somos discípulos de Cristo.

A oração é o meio em que nos submetemos a missão de Deus no mundo. A oração nos coloca na rota da “missão de ensinar” que faz parte da “Grande Comissão” que nos foi trazida por Jesus. Ou nos tornemos discípulos que oram ou seremos tragados pela cultura “fast” de nosso tempo e nos dedicaremos somente aquilo que é correr atrás do vento. Fora de uma relação de oração e alinhamento de rota com Deus, seremos destruídos por nossos desejos e confissões irreais. E assim, não faremos aquilo que os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo são comissionados, ou seja; sinalizar o reino de Deus nas cidades em que vivemos.

Questões para Reflexão:
1. Você concorda que há pessoas que cuidam mais do seu próprio “cãozinho” do que de seu próprio espírito? Isso pode revelar se somos ou não realmente discípulos de Jesus?
2. Você acredita que a oração é o meio de alinhar a nossa missão àquilo que Deus está fazendo no mundo? Por quê?
3. A oração é um sinal da dependência do discípulo, de seu mestre Jesus? Por quê?

© Antonio Gama
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¹  Phillips, Keith. A Formação de um Discípulo. São Paulo: Editora Vida, 2008, p. 

80.

²  Mateus 26.39 (A Mensagem)
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