quinta-feira, 18 de junho de 2015

Devocional#04 - ENSINAR PELO EXEMPLO


É para essa vida de discipulado que Cristo nos chama. Ele morreu e ressuscitou para nos dar uma nova vida. Ele nos deu o seu Espírito para podermos vivê-la no mundo.¹  
John Stott

 
É muito difícil para qualquer pessoa mudar suas atitudes e hábitos quando, ao ser atendida por um médico, receber uma orientação para cuidar melhor de sua saúde através de exercícios, boa alimentação e disciplina, e esse médico que fez as orientações ser visivelmente descuidado com sua própria saúde. Da mesma forma, é muito complexo para qualquer criança receber correções e direcionamentos de seus pais para que façam alguma coisa ou vivam de determinada forma quando esses pais fazem ou agem de forma contrário ao seu pedido.

Em ambos os casos, vemos uma situação que infelizmente é parecida e corriqueira entre alguns evangélicos em nossas cidades. Por mais que o número daqueles que se confessam cristãos aumente em cada pesquisa, não vemos mudanças significativas acontecerem na vida pública do nosso país. Pelo contrário, percebemos cada vez mais que o testemunho pessoal e coletivo tem sido pior para o cumprimento da missão que recebemos de Jesus. Eis o grande desafio contemporâneo para os discípulos de Cristo.

Parece-nos que por mais que tenha uma grande aceitação por parte das pessoas e que muitos afirmam ter reconhecido Jesus como o salvador de suas próprias vidas, ainda assim, é possível supor que poucos entre os evangélicos de nossa cidade tenham reconhecido a Cristo como o seu Senhor. Não somente isso, como também não aceitaram os desafios constantes do discipulado cristão. Sendo assim, muitos têm uma vida em que frequentam os cultos durante a semana, alguns até fazem suas orações e leitura bíblica diariamente, mas fizeram uma separação que a Bíblia não faz e nem é permitido por Jesus; separaram suas vidas entre o “sagrado” (o culto de final de semana e a devoção particular) e o “secular” (o trabalho, profissão, vida familiar e etc).

Esses vivem na esfera no “sagrado” até seguindo o exemplo de personagens bíblicos e dos ensinamentos de Cristo, porém, vivem em todos os outros locais -  o que eles pensam ser espaços “seculares” - como se fosse uma área diferente em que devem agir com a lógica e ensinamentos que aprenderam de seus pais, amigos, mídia ou por intuição próprio, mas não da forma que o próprio Jesus ensinou.

No final das contas, reconhecemos Jesus como o salvador de nossas almas e que pode nos livrar do inferno e da ira de Deus, mas não o reconhecemos como Senhor de nossas vidas e também não reconhecemos a sua soberania sobre todas as áreas de vida humana. Portanto, muitas vezes, não vivemos todas as coisas sob a orientação de Jesus, sob seu comando e seus ensinamentos. Vivemos sob orientação parcial apenas nas coisas que julgamos serem espirituais.

Esse estilo de vida que faz separação entre sagrado e secular não traz consequências ruins apenas para nós, na verdade, quando agimos dessa forma, mesmo que inconsciente, estamos deixando de ser e viver como discípulos de Jesus no mundo e, por causa disso, não cumprimos com a missão que recebemos dele. Pois, não testemunhamos com a vida o que é viver para Cristo, deixando assim de sinalizar o reino de Deus na cidade, ou seja, deixamos de viver uma vida testemunhal. Na prática, estamos gritando com os lábios o que as nossas atitudes e hábitos contradizem.

Mais uma vez, o que nos cabe é o arrependimento diante do nosso mestre e aquele que chamamos de Senhor, pois muitas vezes, mesmo que inconsciente, fazemos um desserviço ao reino de Deus, por não termos uma vida testemunhal diante das pessoas que nos rodeiam diariamente. E com o coração arrependido, devemos buscar ser verdadeiros discípulos de Jesus de Nazaré através do “ensino pelo exemplo” e assim, com a graça de Deus, cumprirmos a “missão de ensinar” as pessoas de nossas cidades. 

Questões para Reflexão:
1. Você concorda que há pessoas que fazem indicações que nem mesmo elas seguem? Como você se sente quando recebe uma indicação que é contrário a prática da própria pessoa que está recomendando?
2. A sua atitude de vida quando está no trabalho é a mesma quando está em um culto? De forma sincera, responda se você vive como discípulo de Jesus em todos os ambientes que frequenta.
3. Você acredita que diariamente exerça uma vida testemunhal, na qual as pessoas reconheçam Jesus através de suas atitudes?
4. Você se lembrou de alguma atitude que gostaria que Deus mudasse em você? Você pode colocar diante de Deus nesse exato momento. Peça a ele para viver ainda mais como um discípulo de Jesus na cidade.

© Antonio Gama
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¹  Stott, John. Cristianismo Básico. Minas Gerais: Ultimato, 2007, p. 197.
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