segunda-feira, 6 de julho de 2015

Devocional#21 - TRANSFORMAR A CIDADE ATRAVÉS DO RELACIONAMENTO


O verdadeiro segredo da missão eficaz e frutífera no mundo é a qualidade da nossa comunidade. ¹
Timothy Keller


Qual seria sua reação caso soubesse de um homem que viveria de tal forma a ponto de transformar a história da humanidade, dividindo assim toda a história entre antes e depois dele? E se soubesse que a missão desse homem fosse apenas uma, mas que abrangeria todas as coisas? Como reagiria quando soubesse que o seria feito por ele iria restaurar toda a criação? Além disso, o que iria fazer se soubesse que ele poderia resolver tudo sozinho, mas tem convidado um povo para seguir nessa mesma missão?

Quando olhamos para as nossas cidades percebemos que a maioria dos relacionamentos são pautados em uma lógica individualista, egocentrada, ou seja, voltada apenas para si mesma. E como consequência desse pensamento que norteia a vida prática, muitas pessoas vivem constantemente buscando aquilo que possa satisfazer o seu prazer, que alimentará o seu próprio ego.

Sabemos daquelas pessoas que fazem o possível para se realizarem, aproveitam o máximo das festas, ingerem bebidas alcoólicas até perderem o controle, experimentam vários tipos de drogas para terem as mais variadas sensações possíveis, gastam uma fortuna para serem colocados em experiências estéticas e sensitivas surreais, trocam a relação sexual natural por diversas outras com a finalidade de serem felizes, afinal, ensinam isso em nosso tempo “carpe diem”; aproveite o dia, aproveitar o máximo o agora, apreciar o presente. Esses são os exageros!

Porém, precisamos ir mais fundo nessa análise e perceber que se o “estilo de vida individualista” é um ensino de nosso tempo, isso não transforma a mente apenas daqueles que querem viver para si, mas até mesmo daqueles que confessam o senhorio de Jesus sobre sua própria vida.

Nesse sentido, podemos perceber o quanto até mesmo os cristãos organizam suas vidas a partir e apenas de sua própria agenda, nesse caso, cumprem com os compromissos, levam e buscam os filhos, fazem suas compras, realizam suas tarefas, vão ao culto em algum dia da semana e tiram suas férias quando possível e ao trabalhem muito se preparam para a aposentadoria, para que então, possam descansar na velhice.

Sendo assim, mesmo que essas tarefas envolvam todas as famílias e devam de fato serem cumpridas, o resultado pode ser o mesmo do primeiro grupo citado, pois, ainda não há espaço intencional nessa agenda para o cumprimento do “desafio missional” que Cristo trouxe aos seus discípulos.

A questão principal em nosso tempo é que enquanto alguns estão propositadamente buscando formas de se satisfazerem, outros também são centrados em si mesmos por conta de somente cumprirem com as tarefas corretas. Ou não é verdade que se alguém - mesmo não sendo um cristão -, cuidar de sua agenda, cuidar de seus filhos, viajar e cumprirem com outras tarefas básicas, se tornam pessoas elogiáveis? Nisso não há nenhum problema, pelo contrário, são realmente elogiáveis. Porém, parece existir um desafio maior para aqueles que confessam a fé no filho de Deus.

O homem que citamos no início é o próprio Jesus, e através dele Deus está restaurando toda a sua criação. E para realizar essa redenção da humanidade ele poderia simplesmente fazer sozinho, mas tem constantemente convidado seus filhos – aqueles que são redimidos por Cristo – para viverem como discípulos na cidade. Deus está trazendo a originalidade de todas a sua criação através do sacrifício de Jesus na cruz, e agora está diante do seu povo chamando-o para viverem também em “missão de conviver”, para assim transformar nossas cidades.

O desafio para aqueles que são discípulos de Jesus é a consciência de que os relacionamentos humanos fazem parte da missão cristã que temos no mundo, sendo assim, não só podemos nos relacionar, como devemos fazê-lo intencionalmente. O chamado também é para “transformar a cidade através do relacionamento”.

Questões para Reflexão:
1. Você teria coragem para se unir a um grupo que esteja vivendo em missão para restaurar os relacionamentos na cidade? Qual é a razão que faria essa escolha?
2. Sua agenda demonstra que você vive como um discípulo? Você teria coragem de adaptar sua agenda para unir-se à Deus no que ele está fazendo através de Jesus? 
3. Você acredita que se os cristãos vivessem com a intenção de se relacionar por causa da missão recebida, poderiam transformar os relacionamentos urbanos? Porquê?
4. Qual o nível da sua participação na missão de conviver que Jesus nos trouxe? 

© Antonio Gama
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¹ Keller, Timothy. Igreja Centrada. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 369.
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