“… pois todos pecaram e carecem da glória de Deus… (Rm 3.23)
A Bíblia Sagrada ensina que todos os seres humanos são “filhos de Adão”, isto é, descendemos do primeiro casal criado por Deus e que rompeu com seu Criador, conforme relata o livro do Gênesis.
Mas o que significa isso? Significa que, como Adão e Eva, embora alertados por Deus (pessoalmente no caso do primeiro casal, e pela Palavra de Deus, no nosso caso), agimos movidos pelo orgulho e também rompemos com Deus e isso se revela de algumas maneiras:
- Rompimento ESPIRITUAL - insistimos em não dar à devida adoração ao único Deus em nosso cotidiano. Insistimos em usar nosso tempo, dons e recursos conforme nossa conveniência e servindo apenas aos nosso próprios interesses.
- Rompimento PSICOLÓGICO - ao rompermos espiritualmente com Deus, perdemos nossa IDENTIDADE. O homem pós-moderno já não sabe mais quem é, não se reconhece mais no seu papel familiar, em sua sexualidade, em sua cidadania, enfim, está em litígio com sua própria alma.
- Rompimento RELACIONAL - o primeiro efeito de romper com Deus foi sua perda de identidade. O segundo efeito foi não reconhecer seu semelhante como ser humano também criado à imagem de Deus. Daí os grandes embates relacionais: desamor, inveja, raiva, violência, corrupção marcam os relacionamentos humanos corrompidos pelo pecado que abriu a “caixa de pandora” de nosso mundo
- Rompimento CRIACIONAL - nosso rompimento com Deus, com a gente mesmo e com o próximo, desencadeou uma distorção na relação com a Natureza e toda a Criação: ora estamos a destruindo (desmatamento, poluição, etc), ora estamos prestando culto à ela indevidamente (panteísmo e cultos à natureza)
No final das contas, nos comportamos de modo muito semelhante ao primeiro casal. Embora tenhamos ao menos uma intuição de quem é a fonte e o padrão da vida, insistimos em tentar conduzir nossa vida de acordo com a força do nosso braço, nossos sentimentos, nossa inteligência, nossa influência, nossa ideologia, enfim, colocamos nossa esperança e expectativa em qualquer coisa, menos no próprio Deus, o autor da vida.
Como consequência, confirmamos em nós mesmos essas rupturas tragicamente experimentadas desde os primeiros seres humanos: espiritual, psicológica, relacional e criacional. Essa rebeldia e hostilidade contra Deus e sua justa Lei nos coloca em rota de colisão contra a própria vida, impedindo de experimentarmos a plenitude da graça de Deus. Nesse sentido, a rebeldia “não tem graça!”.
Você já deve ter percebido o quanto precisamos de RECONCILIAÇÃO. Reconciliação com Deus, com a gente mesmo, com o semelhante e com a natureza.
É justamente essa reconciliação que é a porta de entrada para a COMUNHÃO. Reconciliados com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com a criação, somos inseridos em um Corpo Espiritual através de uma Comunidade de Fé, onde experimentaremos um longo e transformador processo de aprendizado de como viver a vida de acordo com os planos e propósitos do Deus criador de todas as coisas
Vamos falar mais sobre essas RECONCILIAÇÕES. Mas por enquanto, reflita e avalie:
- O que preciso MUDAR em minha vida?
- O que preciso INCLUIR em meus hábitos na direção das RECONCILIAÇÕES
- O que preciso RETIRAR da minha vida que me impede de viver uma vida de COMUNHÃO?
- O que preciso TRANSFORMAR, de tal sorte que permita que o Espírito de Deus comece e aprofunde essa transformação de um filho de Adão para um autêntico filho de Deus?
#QuemAmaSeEnvolve - De seu pastor em serviço
EMANOEL FLORÊNCIO MANNÔ