terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Devocional#35 - VITÓRIA NO DESERTO E FRACASSO NO PARAÍSO

Texto para memorização:
“Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar.” (1)

O capítulo 20 do livro do Êxodo começa com as seguintes palavras: “Eu sou o Senhor te Deus...não terá outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo...não tomará em vão nome do Senhor, o teu Deus”. Sendo conhecedor do pendor do coração humano para o mal, é sintomático que Deus tenha iniciado os dez mandamentos proibindo qualquer forma de idolatria, mesmo as mais sutis.

O Deus da Bíblia não somente exige adoração, mas também define como deve ser adorado: em espírito e em verdade. Os amigos de Deus sabem que só podem se relacionar com Ele sendo amantes da verdade e conscientes da prevalência da realidade espiritual sobre qualquer outra realidade.

Foi justamente a não observação desse binômio, espírito-verdade, que determinou o fracasso de Adão, do mesmo modo que sua integral observação determinou a vitória de Jesus, quando ambos foram provados. Jesus venceu no inóspito deserto, enquanto Adão fracassou no aprazível paraíso. Jesus se submete; Adão se insurge! Eis a diferença.

Quando tentado diante das pulsões do corpo a comer do fruto proibido, Adão capitula; quando tentado diante das mesmas pulsões, Jesus responde: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (2) Adão tinha fome de tudo; Jesus tinha fome de fazer a vontade de Deus e não cedeu a tentação de satisfazer suas necessidades físicas usando seu poder espiritual!

Quando tentado diante das pulsões da alma de ser reconhecido “como Deus”, Adão cede; quando tentado diante das mesmas pulsões, Jesus responde: “Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus”. Adão tinha fome de reconhecimento e fama; Jesus recusou-se a exibir suas habilidades espirituais como exigência da fama.

Quando tentado diante das pulsões do espírito de ter poder e ser como Deus, Adão cai no encantamento; quando tentado diante das mesmas pulsões, Jesus responde: “Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto”. Adão tinha fome de poder para ser adorado; Jesus recusou-se a ganhar poder em troca de adoração.

Adão era humano, mas cedeu a tentação de querer tornar-se igual a Deus. O resultado foi trágico! Aquele que nascera para viver no paraíso, é expulso para viver nas cidades-deserto.

Jesus era divino, mas “embora sendo Deus não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” (3) Aquele que fora provado e aprovado no deserto, é recebido de volta ao paraíso, mas agora com as honras de Rei dos reis e Senhor dos senhores!

A sutileza com que o maligno enganou Adão está muito presente em nossos dias: a tentação de fazer um “deus” à nossa imagem e semelhança, em vez de sermos à imagem e semelhança de Deus.

Não devemos nos esquecer que Deus reprova toda e qualquer tipo de idolatria, mesmo aquelas que carregam a sutileza do “deus da serpente”, sob pena de fracassarmos, mesmo no paraíso, quando Deus nos promete a vitória, ainda que seja no deserto.

© Emanoel Florêncio Mannô

(1) Sl 84.10 (2) Mt 4.4 (3) Fp 2.6
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Oração
 Querido Deus, muito obrigado pelo maior exemplo de vida que temos; o próprio Jesus Cristo. Muitas vezes somos tentados pelos desejos do nosso corpo, pelos pensamentos estranhos e pelo inimigo de nossas almas. Não só somos tentados como muitas vezes cedemos e optamos por fazer aquilo que é contrário a sua vontade. Ajude-nos agir como Jesus, que mesmo sendo tentado não cedeu as vontades do corpo humano e os caprichos do nosso inimigo, sobretudo, recusou ganhar poder em troca de adoração. Livra-nos de criarmos um “deus” a nossa maneira, pelo contrário, que possamos adorá-lo como seres humanos que foram criados a sua imagem e semelhança. Pedimos no nome do teu filho, Jesus Cristo. Amém.
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