quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Devocional#03 - DO QUE FALA A BÍBLIA QUANDO FALA DE JUSTIÇA?


Texto para memorização:
“Abre a tua boca em favor do mudo, em favor do direito de todos os desamparados”.¹
  
Quando falamos em justiça, nossa mente tende a revelar seu condicionamento, posto que nos remete à noção de justiça apenas no âmbito humano. Mas do que fala a Bíblia Sagrada quando fala de justiça?

Justiça reflete o caráter de Deus e, em sentido geral, é a prática de dar a recompensa ou a punição devida a uma pessoa ou grupo. Somente Deus pode exercer a justiça de modo pleno e absoluto. Pelo fato de Deus ser santo e isento de pecado, sua justiça exige que todas a pessoas e nações recebam punição por causa do pecado.

Ocorre que, em Cristo, a exigência da justiça divina foi satisfeita e a humanidade pôde alcançar misericórdia por meio de Jesus Cristo.

Tendo em vista o próprio tratamento justo de Deus com a humanidade, Ele também requer que os seres humanos ajam com justiça uns para com os outros (Mt 23.23), e busquem libertar os que estão sendo oprimidos por toda a sorte de opressão e discriminação, seja socioeconômica, emocional ou espiritual.

O Deus da Bíblia se apresenta se identificando com os necessitados, os vulneráveis representados pelo órfão, a viúva, o estrangeiro e o pobre, isto é, aqueles que não dispõem de apoio familiar, que sofrem de carências socioeconômicas, que não desfrutam dos direitos civis mais elementares, bem como o pobre tanto na dimensão material como espiritual.

Justiça também significa colocar os relacionamentos humanos sobre bases corretas, isto é, deve haver um esforço tanto na esfera do Estado, quanto pela ação da Igreja no sentido de agir primariamente contra toda forma de injustiça, se envolvendo com os problemas da humanidade, de modo que a chamada justiça reparadora seja apenas residual. Não basta remediar o problema da pobreza e da opressão, é preciso agir nas suas causas primárias.

Para andarmos com Deus, temos de fazer justiça, com amor misericordioso. Justiça inclui generosidade. Na Bíblia o que se dá aos mais necessitados não é chamado de presentes, mas obras de justiça!

Nesse sentido, não ofertar, não é apenas um ato de mesquinharia; é injustiça! Fazemos justiça quando tratamos todos os seres humanos como criaturas de Deus. Esse tipo de vida engajada reflete o caráter de Deus.

© Emanoel Florêncio Mannô
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Oração
 Querido Deus, obrigado pela sua graça que nos faz cada dia mais parecidos com teu Filho. Sei que o processo de transformação do meu coração será até a retorno de Jesus. Enquanto isso não acontece ajude-me a viver a partir do seu exemplo de justiça, amando como Cristo amou, vivendo como ele viveu. Ensina-me a viver de forma que eu reflita o seu caráter em tudo o que eu fizer. Amém.
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O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto e o incentivamos a fazê-lo, desde que não altere seu formato, conteúdo e que informe os créditos de autoria.  
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¹ Provérbios 31.8

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Devocional#02 - A BOA NOTÍCIA DE UM REINO DE JUSTIÇA


Texto para memorização:
“Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça." ¹

Desde os tempos mais remotos o povo hebreu sempre acalentou o sonho de uma pátria e um tempo onde a paz e a justiça reinariam e eles experimentariam o shalom, um tempo-lugar de completo bem-estar inaugurado e governado pelo Messias.

Na verdade esse sonho fora plantado pelo próprio Deus em seus corações ainda quando eram escravos no Egito, gerando esperança em seus corações mesmo nos piores momentos sob o jugo do Faraó.

Muitos anos se passaram até que surgissem os profetas, como Isaías, anunciando um tempo, inaugurado pelo Messias, onde esse sonho se toraria realidade.

Na plenitude dos tempos, cerca de dois mil anos atrás, a Palestina vê surgir um homem chamado João Batista anunciando que o Reino de Deus estava próximo, até que um dia ele mesmo encontra Jesus vindo da Galileia ao rio Jordão e diz: Vejam, é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29)

Desde então o mundo conheceu o evangelho, ou seja, a boa notícia de que em Jesus o reino de Deus chegara entre os homens, cumprindo-se a profecia aguardada ansiosamente durante séculos.

Mas o que é o evangelho? É a boa notícia de que o reino de Deus havia sido inaugurado em Jesus, e que chegaria um momento em que esse reino atingiria sua plenitude, onde céus e terra seriam transformados em novos céus e nova terra, onde habitaria plenamente a justiça.

Porém, até que esse reino atingisse a plenitude, os súditos desse reino, os discípulos de Jesus, deveriam ir por todo o mundo anunciando a boa-nova de que ele já está entre os homens, e que os valores desse reino deveriam ser sinalizados em todas as dimensões da vida; isso é o que significa ser sal da terra e luz do mundo!

Mas se esse reino é um reino de justiça, o que é a justiça desse reino?

A justiça do reino é empreender ações proféticas, em nome de Jesus e no poder do Espírito Santo, que denuncie toda forma de opressão do reino das trevas, trazendo cura, libertação e salvação como sinais desse reino eterno, a todos os oprimidos e vulnerabilizados, em todas as dimensões da vida.

Este é o evangelho de Jesus: a boa notícia de o reino de Deus chegou, e esse reino tem um Rei, e que todos os que se arrependerem e o confessarem como Senhor e Salvador, terão acesso imediato aos benefícios desse reino, que já podem ser experimentados aqui e agora, mas que ganhará sua plenitude ali e depois, quando a terra se encherá do conhecimento do Senhor, assim como as águas cobrem o mar.” (Is 11.9)

© Emanoel Florêncio Mannô
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Oração

 Querido Deus, obrigado pelo feito de Jesus de Nazaré na cruz. Na qual nos atraiu para entrar no reino de Deus. Tanto amor é demonstrado por esse gesto de graça para a humanidade, que por si mesma não poderia fazer nada para se salvar da perdição. Obrigado por tão grande misericórdia para conosco. Sei que uma vez que o reconheço como meu Senhor e salvador devo viver com os valores do seu reino. Ajude-me a sinalizar esse reino no mundo, denunciar toda forma de injustiça e anunciar aquele que pode trazer cura, libertação e salvação para o ser humano e para a criação.
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¹ 2 Pedro 3.13

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Devocional#01 - TUDO O QUE DEUS QUER DE VOCÊ


Texto para memorização:
“Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus.” ¹


O que Deus quer de mim? Essa tem sido uma questão comum e recorrente entre todas as pessoas que habitam o planeta e que buscam na religião as respostas para sua necessidade de espiritualidade.

Desde tempos remotos o mundo espiritual sempre provocou uma espécie de fascínio e temor entre os seres humanos, posto que lidar com essa esfera da vida é lidar com mistérios em que há muitas divindades que, via de regra, se mostram melindrosas, irritadiças, e difíceis de agradar, sendo necessárias “oferendas” muito específicas, sem nenhuma garantia de que os “humores” dos deuses não sejam afetados, gerando riscos para o próprio ofertante.

Nesses casos, quem adora e oferece a devoção, corre sempre o risco de oferecer a “adoração” equivocada e, em vez de ser abençoado, corre o risco de ser punido, até de forma fatal.

Em contraste a esse estado de coisas verificável ao longo da história das religiões, o Deus da Bíblia, o Deus Altíssimo, se revela nas escrituras e em Jesus de Nazaré com absoluta singularidade. Não por acaso a nação de Israel, através de seus profetas, sempre declarou a singularidade do seu Deus, expondo a falsidade dos outros deuses, e reafirmando o Deus “Eu sou” como o único Deus verdadeiro.

Mas o que significa essa singularidade do Deus de Israel? Diferentemente dos deuses do panteão das nações antigas, cujos pedidos de oferendas e sacrifícios caprichosos geravam insegurança no ofertante por causa dos melindres da divindade, o Deus da Bíblia deixa absolutamente claro o que Ele espera dos seus adoradores, que não são tratados como seres distantes e inferiores, mas como amigos e filhos.

O que o Deus Altíssimo espera do ser humano está revelado pela boca do profeta Miquéias de forma extraordinariamente límpida e concisa: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus.” (Mq 6.8).

Impressionante como todas as multifacetadas relações do homem com o Deus da Bíblia se resumem em um estilo de vida que revele esses três eixos:

    1.    Praticar a justiça
    2.    Amar a fidelidade
    3.    Andar humildemente com seu Deus

Trata-se de uma relação aparentemente paradoxal, porque traz em seu bojo uma simplicidade singular, porém exige total comprometimento de vida.

Por um lado, a simplicidade dos relacionamentos com um Deus que nos ensina claramente como devemos adorá-lo; por outro, somos chamados a um compromisso com o Seu reino que exigirá nada menos que a integralidade da vida.

Esse caráter singular da fé cristã parece muito bem resumido na seguinte expressão: A Salvação é de graça, mas o discipulado vai te custar a sua vida (Dietrich Bonhoeffer).

© Emanoel Florencio Mannô
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Oração

Querido Deus, muito obrigado por ser esse Deus tão singular em meio as religiões do mundo. Um Deus que não exige de nós sacrifícios para a salvação, pelo contrário, a oferece por meio do sacrifício do próprio filho, Jesus de Nazaré. Sendo agora uma nova vida, ajude-me a praticar a justiça, amar a fidelidade e andar humildemente com o Senhor. Ensina-me a viver os valores do reino de Deus nesse mundo.
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¹ Miquéias 6.8

sábado, 19 de julho de 2014

Devocional#34 - A CRUZ E O SACERDÓCIO UNIVERSAL


Texto para memorização:
“Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos.”
1 Pedro 2.21


Sacerdócio universal significa que a cruz de Cristo nivelou todos os homens.

E nivelou tanto por cima, como por baixo.

A cruz nos nivelou “por baixo”, porque a Bíblia diz que todos os homens são pecadores: “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Todos estão debaixo da mesma condenação. Não há um justo sequer”.

A cruz nos nivelou “por cima”, porque ainda que pecadores, fomos redimidos, e a imagem de Deus foi reavivada em nós: Portanto, agora já não condenação para os que estão em Cristo Jesus”.

Agora todos podem aceitar a oferta de Deus de salvação e, por causa do sacrifício de Cristo, estão aptos a compor o reino de sacerdotes, o reino de Deus.

Na verdade a cruz me mostra duas coisas opostas: O quão miserável eu sou, e o quão amado eu sou. Miserável, porque nada em mim pode impressionar Deus; amado, porque apesar disso, Deus investiu o que tinha de mais precioso na minha redenção.

E aquilo que recebi de graça, preciso levar adiante de graça e com graça.

A cruz me lembra que viver o sacerdócio universal, significa tornar-se a resposta de Deus para a necessidade de alguém.

Você não precisa ser “alguém importante” para fazer isso. Precisa apenas disponibilizar-se para ser a resposta de Deus para a necessidade de alguém.

Na realidade, não se trata nem mesmo de uma escolha sua. O próprio Deus já te escolheu. Tudo o que você precisa é se disponibilizar: Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome. Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros”.

A cruz de Cristo é a fonte e inspiração do sacerdócio universal de todos os cristãos. Nela, Jesus nos deu o supremo exemplo da nossa missão. Ele foi a resposta de Deus para um mundo perdido e em sofrimento.

Viver esse sacerdócio é ser a resposta de Deus hoje à necessidade de alguém.

Siga o exemplo do Mestre Jesus: ofereça sua vida em sacrifício de louvor!



© Emanoel Florencio Mannô

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Oração

Querido Deus, muito obrigado pelo sacrifício de Cristo na cruz. Sei que por mim mesmo não poderia fazer nada para estar diante de Ti de uma forma correta. Sei que sempre foi necessário um mediador entre o homem e Deus. Sendo assim, obrigado por nos escolher, em Cristo Jesus, para vivermos o sacerdócio santo e oferecermos sacrifícios espirituais a Ti; sacrifícios de louvor. Ensina-me a viver nesse reino de sacerdotes no qual eu possa me aproximar de Ti pela fé, aguardar por Cristo com esperança e encorajar os meus irmãos em amor. Ajude-me a viver de forma disponível para ser a Sua resposta à necessidade de alguém, que eu possa viver de forma encarnacional, ou seja, em serviço nesse mundo. Amém.
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Devocional#33 - RELACIONAMENTOS HORIZONTAIS


Texto para memorização:
“Não há mais judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.”
Efésios 3.28


A nova aliança em Cristo fez emergir uma importante característica entre os seguidores de Jesus: a interdependência.

No exercício do sacerdócio universal não dependemos mais de sacerdotes intermediários entre nós e Deus, mas dependemos cada vez mais uns dos outros.

Amar uns aos outros, cuidar uns dos outros, servir uns aos outros, suportar uns aos outros, orar uns pelos outros, compadecer-se uns dos outros, chorar com os que choram, alegrar-se com os que se alegram; tudo isso é o que ensina o Novo Testamento como marca dos discípulos de Jesus dentro da nova aliança.

À essa interdependência chamamos mutualidade, isto é, quando um grupo de pessoas se unem para prestar ajuda mútua e solidária. Nesse ambiente comunitário o uso dos dons assume um papel central, posto que todos se encorajam e experimentam a força da comunhão em tudo o que fazem.

Isto quer dizer que você precisa de outras pessoas e outras pessoas precisam de você. O nome disso é comunidade. E na comunidade os relacionamentos são horizontais, isto é, todos têm a mesma importância porque todos compomos um corpo: o corpo místico de Cristo.

Em um corpo, não faz sentido perguntar quem é o mais importante porque precisamos de todos os órgãos e, portanto, tudo no corpo é importante. A diferença está apenas nas responsabilidades das funções. Cada um precisa fazer a sua parte para que o corpo desfrute de saúde plena.

Na vivência do sacerdócio universal de todos os cristãos, deixamos de ter necessidade de sacerdotes, para dependermos ainda mais uns dos outros. Agora, os relacionamentos humanos não são mais verticais, isto é, de cima para baixo. Agora os relacionamentos são horizontais, lado a lado, de forma cooperativa.

Precisamos de todas as pessoas e de todos os dons. Precisamos de gente que pregue, ensine, visite, contribua, acolha, cuide das crianças, dos velhos, dos doentes, dos necessitados, enfim, precisamos de cada um e de todos.

No corpo de Cristo todos estão autorizados e comissionados a servir, cada um conforme sua vocação, sem intermediários e sem hierarquias, tendo apenas Cristo como cabeça e o amor como vínculo da paz.

Exercer o sacerdócio universal não é coisa de pastor; é coisa de cada discípulo de Jesus. É por isso que somos a comunidade do reino e a comunidade dos dons, onde todos exercem o sacerdócio e estão aptos a oferecer sacrifícios de louvor a Deus, servindo em suas vocações.

Você é a resposta de Deus para a dor, a solidão e a fraqueza de outra pessoa. E alguém será a resposta de Deus para sua dor, sua solidão e sua fraqueza. Nesse ambiente de comunidade nos encorajamos e o poder e amor de Deus se manifestam conforme as palavras de Jesus: Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome ali estarei!”

Quando todos seguem a verdade em amor, o corpo de Cristo se edifica a si mesmo. Vamos nos tornando sacerdócio real, isto é, um reino de sacerdotes, a comunidade dos que servem em amor, com os dons, em comunhão, provendo cura em nome de Jesus.

Isso define nosso papel no mundo; define a nossa missão. Vamos nos conscientizando de que, como igreja, o propósito que Deus tem para nós não é ser mais uma instituição religiosa, nem um auditório dominical para que alguém venha cumprir seus deveres religiosos.

Nossa missão é ser uma comunidade, isto é, um lugar em que fazemos da nossa vida algo comum a todos. Um lugar em que cuidamos uns dos outros, vivendo relacionamentos horizontais, tendo Cristo como centro da vida.

© Emanoel Florencio Mannô
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Oração
Querido Deus, muito obrigado pelo sacrifício de Cristo na cruz. Sei que por mim mesmo não poderia fazer nada para estar diante de Ti de uma forma correta. Sei que sempre foi necessário um mediador entre o homem e Deus. Sendo assim, obrigado por nos escolher, em Cristo Jesus, para que tenhamos um relacionamento direto contigo, sem mediadores humanos. Ajude-me praticar a minha responsabilidade nessa terra; sendo responsável pela minha vida espiritual, pelo cuidado com meu irmão, pelo mandato de sinalizar o Seu reino em todas as áreas da vida, ou seja, por nos incluir num reino de sacerdotes. Amém.
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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Devocional#32 - LIBERDADE E RESPONSABILIDADE


Texto para memorização:
Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus”.
               1 Pedro 2.16




Agora que você já sabe que o que se chama de sacerdócio universal de todos os cristãos é privilégio e liberdade de todo cristão estar diante de Deus em comunhão pessoal, por meio de Jesus Cristo, recebendo diretamente o perdão, sem a necessidade de recorrer a nenhum intermediário humano, precisa saber também algo muito importante: liberdade gera responsabilidade!

Eis a primeira implicação: você é responsável por você mesmo na sua jornada espiritual. Se o sacerdócio universal de todos os cristãos trouxe esse privilégio de acessar Deus diretamente, também nos fez responsáveis pela nossa condição espiritual.

Você não pode nem culpar alguém, nem creditar a alguém a sua situação espiritual. Seu relacionamento com Deus não é responsabilidade de ninguém a não ser você. Não depende de pastor, de padre, de bispo, de apóstolo, ou de qualquer outro intermediário.

Ninguém pode responder a Deus em seu nome. Há um relacionamento pessoal entre você e Deus que implica em privilégio e responsabilidade.

Agora, veja se tem sentido alguém dizer que está debaixo da cobertura espiritual de alguém, seja pastor, bispo, apóstolo, ou qualquer outro título eclesiástico.  Se todos fomos chamados ao sacerdócio universal, a única cobertura espiritual eficaz é estar coberto pelo sangue de Jesus.

Qualquer outra pretensa cobertura, não só é ineficaz, como é um estelionato, porque só Jesus é o mediador entre Deus e os homens.

Não se pode terceirizar a vida espiritual. Cada um de nós prestará contas a Deus daquilo que fez com a própria vida. O sacerdócio universal dos crentes abre possibilidades, mas também gera responsabilidades.

Vale lembrar o sábio conselho do apóstolo Pedro: Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus” (1Pe 2.16).

liberdade e responsabilidade resultantes do sacerdócio universal, traz à relevo um importante princípio da reforma protestante: podemos buscar a Deus toda hora, em todo lugar, através de tudo o que fazemos, isto é, em Cristo, somos sacerdotes de nós mesmos.


© Emanoel Florencio Mannô
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Oração
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Devocional#31 - UM REINO DE SACERDOTES


Texto para memorização:
“Vocês estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual, para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por meio de Jesus Cristo”
                             1 Pedro 2.5

Desde tempos imemoriais Deus havia desejado formar um reino de sacerdotes. Ainda no tempo de Moisés, no monte Sinai, Deus diz aos israelitas: se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa”. (Ex 19.5-6)

Esse desejo é novamente manifesto nos tempos do profeta Isaías: Vocês serão chamados sacerdotes do Senhor, ministros do nosso Deus”. (Isaías 61:6)

Porém, como se sabe, a nação de Israel falhou em guardar a aliança do Senhor. Falhou em ser essa nação de sacerdotes, cuja obediência revelaria ao mundo o significado de ser uma “nação cujo Deus é o Senhor”.

Se Israel falhou em sua parte na aliança, Deus não falhou em cumprir sua promessa de redenção da humanidade através da semente da mulher. Mesmo com as gritantes falhas da nação de Israel, Deus cumpre sua promessa de trazer ao mundo a criança que “esmagaria a cabeça da serpente”. É do útero dessa nação vacilante que Deus suscita o nascimento do Seu Filho, o messias prometido.

Em Jesus o desejo de Deus é cumprido. Em Jesus se inicia um novo sacerdócio, eternamente eficaz. Em Jesus um novo povo é formado e uma nova aliança estabelecida; e esta nova aliança possibilita a todos que dela fazem parte o exercício do sacerdócio.

Por causa do sacrifício eficaz de Cristo, o sacerdócio não está mais limitado a um grupo de sacerdotes, separados para o serviço na casa do Senhor, aptos para terem acesso ao Pai.

Todos os que estão sob o senhorio de Cristo foram feitos sacerdotes de Deus: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus...” (I Pe 2:9)

Há pelo menos três aspectos que passam fazer parte da vida desse novo sacerdócio real, descrito pelo escrito aos Hebreus: “Aproximemo-nos de Deus... apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos... consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras”. (Hb 10.22-24)

Em primeiro lugar, nesse reino de sacerdotes, um coração sincero e com plena convicção de  em Cristo, resulta em um acesso contínuo a Deus, sendo esse o maior de todos os privilégios. O reino de sacerdotes é um reino de fé!

Em segundo lugar, há um chamado para apegar-se na expectativa confiante que se concentra na vinda de Cristo e na glória que está por vir, porque aquele que prometeu é fiel”. O reino de sacerdotes é um reino de esperança!

Finalmente, esse reino é marcado pela mutualidade, isto é, a atitude de encorajar e desafiar uns aos outros ao amor e às boas obras, mantendo a regularidade nos encontros de comunhão. O reino de sacerdotes é um reino de amor!

Em suma, nesse reino de sacerdotes, somos exortados a nos aproximar de Deus pela , esperar por Cristo com esperança, e encorajar uns aos outros em amor.

Não por acaso o apóstolo Paulo nos ensina que “permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor”. (1Co 13.13)

Como se vê, o sacerdócio real é trinitário em todas as dimensões.

© Emanoel Florencio Mannô
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Oração

Querido Deus, muito obrigado pelo sacrifício de Cristo na cruz. Sei que por mim mesmo não poderia fazer nada para estar diante de Ti de uma forma correta. Sei que sempre foi necessário um mediador entre o homem e Deus. Sendo assim, obrigado por nos escolher, em Cristo Jesus, para vivermos o sacerdócio santo e oferecermos sacrifícios espirituais a Ti. Ensina-me a viver nesse reino de sacerdotes no qual eu possa me aproximar de Ti pela fé, aguardar por Cristo com esperança e encorajar os meus irmãos em amor. Amém.
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Devocional#30 - JESUS E O CUMPRIMENTO DO ANTIGO SISTEMA SACERDOTAL


Texto para memorização:
“Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
João 1.29

É impressionante como Deus se utilizou do antigo sistema sacrifical hebraico/judaico para educar a nação de Israel sobre a santidade de Deus e também sobre as sérias consequências do pecado.

Termos e conceitos como pecado, lei, sacrifício, sacerdote, expiação, perdão, redençãosantificação, passaram a fazer parte da vida da nação. Era Deus preparando a consciência da nação para a chegada de Jesus ao nosso mundo, e alertando para a grandeza do significado dessa vinda.

Quando João Batista, na Palestina de dois mil anos atrás, aponta para Jesus e diz: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, os judeus de sua época sabiam perfeitamente do que ele estava falando, porque conheciam o sistema sacrificial antigo.

Então vem Jesus e adentra nosso mundo, vive uma vida irretocável de obediência e santidade, cumpre integralmente sua missão redentora, e se entrega à morte de Cruz, se identificando com aquele cordeiro que levava sobre si os pecados e culpas do povo e que era morto para que se cumprisse a justiça de Deus.

Ele vai à cruz, e lá ele dá a sua vida pelos pecados da humanidade, e ao fazer isso, de modo definitivo e perfeito - porque era isento de pecados -, Deus estabelece uma nova aliança com os homens tendo o sangue (vida) de Jesus como pagamento pela culpa.

Eis as belas palavras de Cristo registradas em Hebreus 10: Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, nem deles te agradaste, (os quais eram feitos conforme a lei mosaica). Aqui estou, vim para fazer a Tua vontade”. Diz ainda o autor de Hebreus“Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas”.

Com o sacrifício de sua própria vida, Jesus cumpre e substitui o antigo sistema sacrificial, inaugurando novo sacerdócio: o sacerdócio universal dos crentes. Para aqueles que creem em Jesus, suas culpas são transferidas e expiadas em Jesus, da mesma forma como a culpa de alguém era transferida para o animal a ser sacrificado no antigo sistema.

Mas a história da redenção não para por aí. Diferentemente dos sacrifícios do Antigo Testamento, Jesus não ficou preso ao túmulo e à morte. Na verdade a morte não pode detê-lo porque ele não tinha pecados, porque só pode haver morte se há o pecado. Sem o pecado, a morte perde o seu poder.

Por isso a Bíblia diz triunfalmente que Jesus venceu a morte! Deus o ressuscitou dos mortos, e ao ressuscitar, Jesus cumpre e substitui o antigo sistema sacerdotal/sacrificial, tornando-se agora Ele mesmo o nosso Sumo Sacerdote, eliminando a barreira que nos separava de Deus Pai, e fazendo dos seus seguidores uma nação de sacerdotes que ministram diretamente a Deus, em Seu nome!

Por causa de Jesus, todo ser humano tem acesso direto a Deus sem intermediários. Não é preciso mais de sacerdotes oficiais, nem sacrifícios de animais, nem é necessário esperar uma vez por ano. Agora o caminho está livre para Deus. Não por acaso Jesus disse de si mesmo: Eu sou o caminho...”

Em outras palavras, não é mais necessário o sacerdote do Antigo Testamento porque agora todos os crentes são sacerdotes, e têm acesso livre a Deus para oferecer, não mais sacrifícios de animais, mas sacrifícios espirituais e ações de graça. E é exatamente isso que a Bíblia chama de sacerdócio universal de todos os cristãos. É o privilégio e liberdade de todo cristão estar diante de Deus em comunhão pessoal, por meio de Jesus Cristo, recebendo diretamente o perdão, sem a necessidade de recorrer a nenhum intermediário humano.

Como sacerdotes de um novo tempo, cada seguidor de Jesus pode oferecer diretamente a Deus seus sacrifícios de louvor e de ação de graças. Também exercendo o sacerdócio universal, eles auxiliam as outras pessoas em suas necessidades, ajudando-as e levando suas necessidades a Deus através da intercessão.

Tudo isso somente foi possível por causa do que Jesus fez. Por isso Jesus é o Salvador dos homens e também ganhou o direito de ser Senhor dos homens.

“Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11)


© Emanoel Florencio Mannô
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Oração
Querido Deus, muito obrigado pelo sacrifício de Cristo na cruz. Sei que por mim mesmo não poderia fazer nada para estar diante de Ti de uma forma correta. Sei pela Tua palavra que por muito tempo foi necessário um mediador entre o homem e Deus, e que, por conta da queda humana o homem pecador não poderia ter acesso direto à um Deus santo. Sendo assim, não teria outra coisa a lhe dizer nesse momento a não ser agradecê-lo por tão grande amor por mim. Muito Obrigado! Amém.
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